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e os italianos inventaram a pizza, o Brasil a reinven-
tou. Hoje, a especialidade simples dos domingos,
tornou-se objeto de cobiça dos gourmets. E aquilo
que já foi um
fast food
de preço popular, pelos ingre-
dientes baratos, transformou-se em uma iguaria refinada,
graças às iniciativas de entusiastas das receitas originais,
suas farinhas mais finas, seus tomates mais raros, seus
queijos mais sofisticados. Azeites de primeira prensa-
gem, azeitonas importadas e, claro, o forno mandatório,
integram essa construção que deu altura e altivez à nossa
pizza. E criar o lado brasileiro da pizza italiana.
Mas a metamorfose foi lenta. O gosto nacional pela
pizza ficou, por muitas décadas, estagnada às fórmulas
das cantinas, com o visual sempre simpático das casas
das nonas, com direito a toalha quadriculada. Em São
Paulo, principalmente. No Rio, o tédio dos queijos
oleosos e dos presuntos prensados ganhou a extrava-
gância do catupiry, que trouxe, ainda, para guarnecer
seu peso, o frango desfiado e até o milho. O fenômeno
da chamada pizza portuguesa, batizada lá fora por
conta das azeitonas, virou uma zona franca. Todos os
entulhos eram válidos.
No Mamma Jamma, forno a lenha,
farinhas especiais e técnicas
originais: a pizza à brasileira.
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gastronomia
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MAGAZINE CASASHOPPING