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A

s raízes de nosso folclore e da saga do sertanejo

brasileiro estão se aproximando de nós. É o Museu

Casa do Pontal que, se tudo der certo, estará com

sede nova na Barra da Tijuca, em tempo para celebrar os

110 anos de uma das artes mais notáveis do acervo da

instituição, o Mestre Vitalino. Ali, ao lado de outros mes-

tres de nosso artesanato em barro e de nossa arte primiti-

va, como o baiano Mestre Didi, e os conterrâneos, como

Manuel Eudócio e Zé Caboclo, ele brilha com seu tra-

balho ao lado de mais de oito mil peças de mais de 200

artistas, coletados por meio século, retratando tipos físi-

cos, roupas típicas, festas populares ou crenças do povo

brasileiro. O responsável é o designer francês Jacques Van

de Beuque, que começou a coleção informalmente até se

dar conta do acervo que tinha em mãos..

Fotos: Marcio Irala

Acervo emocionante de peças em barro

do Museu Casa do Pontal mostra morte e

vida sertaneja, suas alegrias e agruras, no

talento de uma escola de ceramistas.

Pessoalmente, ele peregrinou por todo o sertão,

especialmente o pernambucano, atrás de peças típicas

dos principais centros produtores do Brasil,

seja em madeira, seja em cerâmica, como Tracunhaém,

Caruaru, Juazeiro e Cachoeira, na região Nordeste,

ou do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, ou

de Pirenópolis, em Goiás. As peças remetem à arte

antropológica de artistas que encontraram no barro

a saga dos sertões através de situações cotidianas. O

dia a dia está presente com o caminho ao trabalho,

enxadas e foices na mão, rumo ao roçado. Está nas

lidas domésticas, da cozinha à tecelagem, nos jogos

de cartas dos fins de tarde. Está nas profissões que

retratam amoladores de facas, barbeiros, ambulantes,

lavradores, boiadeiros.

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