

Os eventos festivos com as danças dos forrós e
rastapés populares à pureza e inocência do coco
pernambucano. Toda uma galeria de rara qualidade
plástica faz uma corrida etnográfica rumo às crenças
que os nativos nos legaram, que os negros nos
trouxeram, das carrancas que abriam os caminhos
dos barcos do Rio São Francisco ao círculo nobre dos
orixás. Bumba Meu Boi, cavalgadas, procissões, cor-
tejos – inclusive o das damas e seus pretendentes, nas
epopeias completas dos casais, do namoro no banco
da praça à pose após o casamento.
A música parece flagrada na execução, seja na banda
de pífaros, seja com os grupos de roupas caracte-
rísticas, com os olhos constritos das figuras e seus
baiões, zabumbas, triângulos e as concertinas dos
sanfoneiros, em uma festa que reflete outro conjunto
de obras, que cobre a tristeza de êxodos e imigrações,
com as famílias de retirantes em filas, malas nas mãos
e trouxas nas cabeças. Emocionante.
Música, celebrações e o
contraste dramático da saga
dos retirantes mostrado
pelo barro dos mestres e
artesãos, ora com a textura
agreste dos personagens,
ora pelas cores vivas das
indumentárias humildes.
MAGAZINE CASASHOPPING
115