

Não muito longe está outro exemplo de brasilidade em
um museu dedicado especialmente, o Sítio Roberto Burle
Marx, um legado à cidade do maior paisagista brasileiro.
Num sítio de 365 mil metros quadrados, Burle Marx
reuniu uma impressionante coleção de plantas tropicais
e subtropicais de todo o mundo, além de 3.500 espécies
de plantas raras. Seria uma Giverny à brasileira.
Uma atração à parte é a própria casa, de 530 metros
quadrados de área construída, por onde se entra por
uma porta de 3,5 metros de altura. Lá dentro, móveis,
quadros e esculturas (alguns assinados pelo próprio
Burle Marx, também um artista plástico) e coleções
incluindo cerâmica pré-colombiana. As visitas ao sítio
devem ser agendadas com antecedência. • •
Esculturas em madeira no salão
amplo, cenário em barro no baile
para todos, emoldurados pela
arquitetura elegante do Museu
Casa do Pontal, que valoriza a
iluminação natural e, desde a
entrada, a valorização da natureza
local, como na foto acima.
Morte e
vida Vitalina
Se fosse vivo, Mestre Vitalino teria 108 anos de uma
existência bem celebrada: há mais de um século, é a
mais importante referência da arte primitiva em barro.
Seu legado, tão fascinante quanto emocionante, é um
documento fundamental do comportamento do serta-
nejo e cada passo de sua vida, de sua infância, de seus
hábitos, de seus ritos, inclusive os de morte.
Há exatamente 60 anos, em 1947, o Brasil conhecia
o trabalho do Mestre Vitalino Pereira dos Santos
graças a uma exposição de arte pernambucana, que
se realizava no Rio, naquele ano. Desde a sua morte,
em 1963, seu trabalho foi valorizado tanto pela ciência
antropológica quanto pelo mercado das artes – as
peças, que vendia por algumas moedas, ganha, hoje,
lances mínimos de 23 mil reais entre os leiloeiros.
Fotos: Marcio Irala
MAGAZINE CASASHOPPING
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