Magazine 56 - page 135

MAGAZINE CASASHOPPING
135
Para comprovar, basta ir a uma livraria e conferir não
apenas quadrinhos estrangeiros, mas o trabalho de jovens
quadrinistas brasileiros como Tiago Lacerda, o Elcerdo
(“Lacerda, em espanhol é ‘a porca’. As pessoas achavam
que eu era mulher, em chats nos anos 1990, no início
de Internet. Então, resolvi trocar para Elcerdo porque era
“o porco”. E eu não queria competir com o ator Thiago
Lacerda, que já era superconhecido”, explica ele, de 35
anos, sócio da editora Beleléu, especializada em qua-
drinhos). “Acho que ninguém hoje investe num produ-
to como o gibi, porque, como vendemos em livrarias, e
não em bancas (assim como as grandes editoras), a nossa
preocupação é ficar lado a lado com os livros”, observa
Elcerdo, um dos responsáveis por colocar no mercado pro-
dutos como o premiado “Friquinique” (2013), quadrinhos
com direito à capa dura, um pôster de sobrecapa, papel
Acima, trechos do Friquinique, livro cult de quadrinhos brasileiros, de 2013.
de boa qualidade, marcador de página e encartes com
histórias mais longas. A produção de mil exemplares
ficou em R$ 14 mil, e cada um é vendido por apro-
ximadamente R$ 55. “Este mercado já foi marginal.
Mas, hoje em dia, qualquer grande evento de literatu-
ra, como a Flip, tem espaço dedicado aos quadrinhos.
Todo ano eles trazem um quadrinista de fora, para
falar ao lado de brasileiros”, lembra ele: “E o público
que consome os quadrinhos é bem vasto. Já houve
muito preconceito, de ser infantil, coisa de nerd. Mas,
atualmente, frequentando as feiras de quadrinhos
(cada vez mais frequentes), você vê que está lá todo
o pessoal que consome arte, como publicitários,
designers, fotógrafos... quem está acostumado a
trabalhar com linguagem visual. E quem costuma
desenhar gosta de produzir também”.
1...,125,126,127,128,129,130,131,132,133,134 136,137,138,139,140,141,142,143,144,145,...180
Powered by FlippingBook