Magazine 56 - page 142

TECNOLOGIA
MAGAZINE CASASHOPPING
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R
ecentemente, a New York Review of Books, a mais
importante revista literária e de opinião do mundo,
trouxe duas matérias de capa sobre o tema “Robôs”.
A NYRB serve de referência para publicações como o New
York Times. Então por que não para a Magazine? Você leu
“Robôs” e pensou logo naqueles bonecos que nos filmes
fazem coisas incríveis, mas que na vida real só vimos até hoje
tentando andar com dificuldade ou errando ridiculamente
ao tentar, sem sucesso, fazer coisas banais como abrir uma
porta ou servir uma água.
Mas a ideia de máquinas que se agem por si só – autô-
matos – é antiquíssima. Na Grécia antiga, há inúmeras des-
crições de máquinas assim. O termo, não por acaso, é de
origem grega. “Que se move por si”. Depois da invenção da
máquina a vapor no século XIX, até o século XXI, onde es-
tamos, muita coisa aconteceu no ramo das máquinas. Mas,
ainda assim, os robôs humanoides não foram muito além do
cinema, como os simpáticos R2-D2 e C-3PO, personagens
da série Star Wars que são movidos a atores, não a motores.
Mas hoje o significado da palavra “robôs” vai muito além.
Eles não precisam ter braços mecânicos, pinças ou outras
“mãos”, rodas ou esteiras para se mover, câmeras para ver
ou microfones e alto-falantes para se comunicar conosco.
Podem ser apenas programas de computador, que exis-
tem apenas de forma eletrônica. São escritos para exe-
cutar tarefas que seriam desgastantes ou impossíveis de
fazer com a velocidade que eles conseguem. Um exemplo
bem simples e que mostra como convivemos, e bem, com
robôs. Este texto, quando estiver publicado na versão da
Magazine na Internet, será encontrado, examinado, lido
e catalogado por um robô que todos conhecem e não se
dão conta que existe. O robô do Google.
Dia e noite, esse robô – na verdade um programa
que é executado por um número sempre crescente de
computadores – vasculha toda a Internet. Um segundo
robô, no mesmo site, vende anúncios quando fazemos
uma busca. Talvez você não se lembre, mas já falamos a
respeito aqui. Quando você faz uma busca no Google,
os primeiros resultados apresentados, assim como os
na coluna que às vezes aparece à direita, são anúncios
a respeito do assunto da nossa busca, filtrados pelos
nossos hábitos de busca e navegação. Nossos dados
são filtrados e um leilão é feito para ver qual anuncian-
te paga mais para aparecer na nossa tela. Tudo isso em
milissegundos. E tudo isso movido a robôs.
“Os trabalhadores da indústria “antiga”, ao
olharem uma fábrica “nova” certamente devem
vê-las com alívio, não com hostilidade”
MARIO JORGE PASSOS
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