Magazine 56 - page 143

MAGAZINE CASASHOPPING
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Mas, fora das telas, no nosso dia a dia doméstico, de
trabalho, na ida entre a casa e o trabalho, no lazer? De
um lado os eternos e sempre pessimistas já escreveram e
escrevem sobre o perigo da tomada do mundo por robôs
sem controle. O filme Matrix descreve uma terra assim,
controlada por máquinas que dominam e lutam contra
os seus antigos mestres. A esse respeito estamos ao lado
da outra turma: dos otimistas. Desde o início da indus-
trialização já houve várias previsões de perda maciça de
empregos e “fins do mundo” de sabores variados por
conta da automação. Das máquinas, entre as quais, claro,
incluem-se robôs de várias ordens. Mas alguém se lembra
do bug do milênio, que faria parar quase todo o planeta,
de usinas elétricas a caixas registradoras na virada do anos
2000 para 2001? Poucos, possivelmente, porque, como
se sabe, não aconteceu nada de grave, e praticamente
nada de não-grave. Do mesmo modo, sim, várias ativida-
des profissionais foram tomadas por robôs, com grande
perda de empregos, mas em pouco tempo foram criados
outros empregos e o nível de emprego não apenas vol-
tou como aumentou. Carros hoje são feitos em grande
parte por robôs. Os trabalhadores da indústria “antiga”,
ao olharem uma fábrica “nova” certamente devem vê-
-las com alívio, não com hostilidade. Ambientes de alto
nível de ruído, com presença de substâncias tóxicas como
tintas, riscos de ferimentos são um dos lugares onde a
humanidade deveria ver com bons olhos a presença de
máquinas. Sem um robô não saberíamos o que hoje sabe-
mos sobre marte, onde máquinas andam, veem, medem,
analisam e nos contam tudo.
Desse modo, visto que as previsões catastrofistas não se
concretizaram, podemos pensar que os novos e futuros
robôs podem vir a invadir nossas vidas e casas em uma in-
vasão “do bem”. Molhando nossas plantas, mas não mais
que o necessário, nos lembrando de que a geladeira está
vazia, varrendo a casa – estes já estão à venda, ainda que
em modelos simples – e, a pior das tarefas, arrumando as
nossas camas. Não serão perfeitos. Até o presente momen-
to a inteligência artificial ainda é um sonho inatingível, e
todas os equipamentos computacionais são suscetíveis a
parar – o chamado
loop
infinito. Por conta disso esse autor,
apesar de simpático e favorável à automação, não vê com
muito entusiasmo a possibilidade de voar em um avião sem
piloto, o que vem sendo considerado tanto pela indústria
de construção de aviões como pelas companhias aéreas.
Mas, apesar do meu receio, não é uma questão de se, mas
sim de quando voaremos em aviões sem piloto, como há
muito tempo andamos em elevadores sem ascensoristas. O
futuro – quase sempre – já chegou e não notamos.
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