

“Inicialmente, eu tinha pensado em
fazer as paredes com uma cor ‘matuta’…
Só que quando começamos a derrubar,
descobri que eram de pedra, numa
mistura de óleo de baleia com terra e
barro, muito usada no século XIX.…”
“Em Tracunhaém, perto de Caruaru, quando chegávamos na cidade”,
lembra, “as crianças corriam atrás do carro gritando ‘dona Janete chegou,
dona Janete chegou!’. Era uma alegria danada. As pessoas saíam à janela.
Abriam um sorriso que era esperança. Entrávamos em casas muito pobres,
onde os artistas e artesãos precisavam vender para sobreviver. Mas na época
as pessoas não iam lá, só a Janete.”
Mario foi a Passira, interior de Pernambuco, investigar um pedido do Sebrae
feito à sua mãe. “As rendeiras e bordadeiras de lá de repente passaram a não
conseguir mais vender os lençóis e jogos americanos. Verificamos que, além de
serem feitos num linho de qualidade inferior, não acompanhavam as medidas
usadas no mercado. Os lençóis e fronhas eram muito pequenos e os jogos ameri-
canos também. Ensinamos a elas as proporções e o que significavam as palavras
king
e
queen
, e elas voltaram a vender”.
Foto João Liberato
Foto Marcio Irala
Em caracol, a escada de ferro é uma verdadeira instalação no ambiente de pedras
aparentes que contam a história do sobrado.
MAGAZINE CASASHOPPING
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