Magazine 56 - page 90

GASTRONOMIA
No início dos anos 90, quando as importações foram libe-
radas no Brasil, vivemos uma onda venerável das cervejas
belgas, desafiando o paladar simples de quem apreciava
um bom chope. Hoje, somente o Beer Judge Certification
Program lista 73 estilos. Entre os de maior sucesso estão
as
weizen
, à base de trigo, muito frescas, claras, leves,
sugestão das cervejarias da área de Munique para celebrar
o verão. Outro estilo que arrebatou as preferências foram
as
pale
ales
. Originalmente, era o estilo inglês, amargo re-
frescante, recurso necessário em uma época em quem a
refrigeração ainda era um sonho na Europa. E, mais ainda,
na Índia, ocupada pelos britânicos e sua sede eterna por
uma caneca bem fornida. É dessa época a lenda das
indian
pale ale
, que teriam ganhado uma carga extra de lúpulos
– e de amargor, e de frescor – para que, com seu efeito
bacteriostático, tornasse a cerveja resistente aos rigores
de uma viagem de Londres a Bombaim, passando pelo
sul da África. As grandes apostas no resgate do estilo vie-
ram de um grupo irreverente de cervejeiros escoceses e de
sua marca, a BrewDog. No melhor estilo guerrilheiro, são
considerados como os responsáveis pelas aventuras que
deu ao estilo à contribuição dos americanos, com rótulos
cobiçados nas duas costas, com destaque para a Brooklyn
e a DogFish Head, ambas de Nova York, até a Lagunita e
a Sierra Nevada, hoje tão celebradas na Califórnia quanto
os vinhos símbolo dos americanos.
MAGAZINE CASASHOPPING
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“Atenção, procure não usar a
expressão “cerveja especial”
diante de um profissional.
Para eles, toda a cerveja boa é
especial, mesmo se nem todas
são artesanais”
Dois fenômenos no mundo das cervejas: a
escocesa BrewDog e a belga Cantillon, com
mosto de uvas no preparo.
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