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Wair de Paula, Jr.

Estava ouvindo K.D.Lang cantando Black Coffee, e lembrei de tempos passados onde me vestia sempre de preto, integralmente de preto – até porque eu tinha cabelos e barba pretos, talvez achasse o conjunto harmônico. Hoje, que ostento uma barba e cabelo em infinitos tons de grisalho, meu guarda-roupas (também, e principalmente por influência de cara-metade) tem todas as cores da bandeira GLBTQetc+, e mais algumas. Mas àquela época, até a minha casa repetia esses valores cromáticos. Bancadas de madeira ebanizada conviviam com um conjunto de sofás em pied-de-coq preto e branco, piso preto e até recentemente, minha cozinha era igualmente negra, o que era um trabalho para minha fiel escudeira cada vez que eu me arvorava em fazer gnocchi ou pães – era farinha para todo o lado, que efetivamente não conviviam em harmonia com as bancadas de mármore preto & persianas da mesma cor.

O preto na decoração sempre foi mais do que um clássico, é uma solução para dar mais personalidade aos ambientes. E é inegável que a mesa acima, da Abra Casa Design, ficou mais elegante nessa versão. E essa foto acima parece ter sido feita por mim, tenho mania de colocar meus óculos em algumas produções, como marca registrada pessoal...

E essa cor pode migrar para vários elementos da casa, inclusive substituindo o clássico verde das mesas de bilhar com elegância e ousadia, como na mesa acima, da 7 Ball. Eu adoro bilhar, me remete às atmosferas cinematográficas, e a matemática exigida para se conseguir as perfeitas jogadas sempre me interessou. E aquela prática de ficar olhando para a mesa, com o taco em punho, ruminando qual melhor jogada, qual estratégia para a tacada perfeita, me remete a uma versão pacífica dos tratados de guerra que se vê nos filmes. Fora que a sensação de encaçapar a bola na sequência perfeita é muito, muito excitante.

Décadas atrás, Eduardo Machado & eu tomamos a decisão de sugerir, de forma enfática, um dress code para as funcionárias da marca de móveis que dirigíamos, para tentar minimizar os erros no traje das funcionárias, que iam do bege às estampas mais berrantes. À época, definimos um total black look, com pequenas inserções de branco. Claro que elas reclamaram, quem pensaria no Rio de Janeiro ter uma equipe toda vestida de preto, com o sol lá fora e as pessoas saindo da praia seminuas? Mas foi um divisor de águas para o comportamento da vestimenta profissional do mercado, atualmente quase todas as marcas adotam esse look. O clássico preto-e-branco perpetrado por Mme. Chanel sempre será bem-vindo. A prova é a duplinha de mesas acima, simplesmente maravilhosas, design da über-designer Patricia Urquiola – uma manifestação de homenagem às habilidades de entalhe da madeira. Estas estão no portfolio de produtos da Alberflex. E eu adorei-as. Mas sou suspeito, sou fã de Urquiola desde que a conheci, décadas atrás, em uma fábrica em Cebu, interior das Philipinas.

E esta estante acima, quase uma ode ao cubismo, adorável? Também da Alberflex, a estante Diagonal se exibe em outras dimensões, sendo que dá para se dividir espaços com elas de forma muito prática e elegante. Eu sou fã de estantes, pois tenho uma biblioteca razoável e uma infinidade de quinquilharias & obras de arte para colocar nestas. Em nosso espaço para a Casa Cor Rio, eu e Lenora Lohrisch fizemos umas estantes gigantescas, executadas com maestria pela Roma Mobili, e eu fiquei exausto de tanto subir e descer escadas para compor as estantes da forma que desejava. Logo mais postarei fotos deste espaço aqui no blog, junto com os espaços de outros colegas que fizeram essa mostra, a mais importante mostra do setor em nosso país.

Enquanto eu estava divagando neste universo monocromático, Nina Simone apareceu na minha playlist cantando “Black is the color of my true love´s hair”. Eu adoro Nina Simone, uma artista de primeira grandeza, uma mulher muito à frente de seu tempo, que se posicionou de forma firme sobre as questões sociais de seu tempo. E fez tudo isso através de sua arte, e quando ela canta “...I wish I could live like I´m longin´to live”, eu me arrepio todo. Sua voz potente, seu piano impecável e sua figura majestosa sempre me impressionam. Como me impressionou o acabamento da mesa de jantar MJ10, da Brentwood, da foto acima. Linda, desenho enxuto, acabamento primoroso...quando o mestre disse “less is more”, era a esse tipo de “less” a que ele se referia, quero crer.

Na Brisa Casa encontrei a poltrona acima, de nome Net Lounge. Relaxante, absolutamente relaxante, uma poltrona feita inteiramente de fibra de vidro de polipropileno reciclável, em contemporâneo discurso aliado ao design perfeito. Este tipo de produto tem cada dia mais lugar em nosso mercado – o uso de materiais recicláveis é mais que uma tendência, é uma necessidade, pois geramos muitos tipos de resíduos que são descartados no meio ambiente de forma inconsequente às vezes. E ver uma empresa preocupada em aliar design às preocupações ecológicas é muito gratificante. E, quando resulta num produto como o acima, mais ainda.

Uma empresa que tem tido resultados excepcionais com este tipo de pensamento é a Casa Julio Tapetes, que tem utilizado em sua linha de produção fios obtidos através da reciclagem de garrafas pet. E conseguiram aliar um discurso contemporâneo à um produto extremamente agradável ao toque, e eu já escrevi aqui neste post que cresci lendo deitado nos tapetes da minha casa (que nem eram tão macios quanto esse, confesso...). Eu adoro tapetes, eles têm propriedades acústicas fantásticas, ajudam a “definir” um ambiente – e, quando são macios como este acima, ainda permitem uma interpretação mais intensa das qualidades do produto.

Também da Brentwood, o puff PU01 é uma pequena jóia, delicado, desenho sutil, e neste veludo negro ficou extremamente elegante. Puffs são uma peça coringa no design de interiores, eles podem “funcionar” de vários modos e em várias situações. Sob uma mesa/bar, junto às mesas de centro, ou compondo o living de modo formal, o puff é mais do que apenas um assento, é um assunto!

Já disse que tive uma cozinha toda preta. Mas, infelizmente, à época essa coifa ainda não tinha sido lançada. Minha cozinha era totalmente aberta para o living, e essa peça tem um design tão elegante que supera sua função. A coifa Black Celdom, desta marca, tem os tributos impecáveis para um cozinheiro como eu – design minimalista e um comando prático, além de seus atributos normais. E não faz o barulho que as coifas antigamente faziam, quando se cozinhar e ouvir música eram coisas impensáveis quando a coifa estava ligada. Eu, que sou um entusiasta da cozinha com trilha sonora, preciso de uma coifa como estas a.s.a.p...

Na Dimlux encontrei a Arandela Livo, uma obra prima do designer Gustavo Di Menno, suave até o último watt. Faz parte de uma coleção do mesmo nome, mas esta me pareceu especialmente delicada, prática e elegante. Pode ser utilizada junto à mesas de cabeceira, ou para destacar algum objeto e/ou área da casa, de forma prática e contemporânea. Este tipo de solução é extremamente versátil, e pode proporcionar uma iluminação mais esmerada através de seu desenho simples e sofisticado.

E, na Fast Frame, você pode fazer o que quiser neste campo – seja em canvas ou em papel, a imagem você escolhe e eles executam à perfeição. Achei a imagem acima forte, adequada para este tema, mas é apenas uma sugestão do que se pode fazer com essa empresa. Ou seja – a ideia é sua, portanto as soluções são ilimitadas. Solte sua criatividade que a Fast Frame transforma seu projeto em realidade.

 

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