E a Casa Cor Rio de Janeiro não pode em nenhuma hipótese ser chamada de Casa (In)Color... Temos cores por muitos dos ambientes desta belíssima mansão, o Palacete Brando Barbosa, no coração do Jardim Botânico, em um terreno de quase 12000m2 cercado por um jardim que é quase uma floresta, de tão exuberante. A Casa Cor Rio deste ano tem uma intenção de Hotel Boutique, e abrimos este post com uma foto de um dos vitrais da casa, aqui emoldurado pela magnífica marcenaria da Roma Mobili, na recepção deste Hotel Boutique, feita por Lenora Lohrisch e por mim. A intenção aqui é clara – reforçar as cores e a arquitetura solene deste espaço, que originariamente era a capela da dona da casa, Sra. Odalea Brando Barbosa. E o trabalho de excelência da Roma Mobili foi fundamental para que esta intenção alcançasse nossa ideia e nossas expectativas. Inegável a qualidade deste trabalho, deste quase muxarabi emoldurando este vitral de cores intensas.

No mesmo espaço, está o tapete da Avanti Tapetes, com um desenho original baseado nos trabalhos do mestre Roberto Burle Marx, aqui customizado de acordo com as necessidades do espaço. As cores deste tapete são quentes, maravilhosas, com nuances e blocos de cor em contraste, executados à perfeição pela Avanti. Lindo, e uma grande reverência ao mestre Burle Marx.

As mesas laterais em laca terracota e tampo em mármore vermelho, ainda do mesmo espaço, são da Vivence. Um desenho simples, mas de execução primorosa – e este mármore, denominado Napoleon Bordeaux, apesar do nome é 100% nacional, e recentemente foi homologado para as lojas premium de uma grande e internacional grife de moda.

A cor utilizada neste ambiente foi a Terra Forte, da Coral, disponível na Taeco Tintas. Com essa cor, conseguiu-se realçar todas as cores da marcenaria existente – tanto nos arcos e pórticos quanto do teto curvo de igreja, nas cores rosa e azul. A iluminação é um papel preponderante neste espaço, feito por um mestre luminotécnico, Ugo Nitzche, que compreendeu a intenção de valorizar estes elementos e criou uma iluminação surpreendente, criando um clima calmo e muito receptivo, ideal para o conceito deste espaço.

Outro espaço que apostou na cor como dinâmica principal foi o Jardim de Inverno concebido magistralmente por Erick Figueira de Mello. Com os tapetes da Galeria Hathi – que também vai vender os móveis em fibra natural laqueados de preto, desenho do arquiteto. O vermelho das paredes, intenso, cria um contraste maravilhoso com os pórticos brancos, e as luminárias da Lumini – junto com o teco feito também pela Galeria Hathi – criam um clima extremamente elegante, realçando o mobiliário contemporâneo da Arquivo Contemporâneo (com destaque para a mesa de centro desenho de minha amiga Maria Cândida Machado), um diálogo muito elegante de épocas e estilos, e eu adoro estes contrastes.

Outro espaço que apostou numa cor mais quente foi o Speak Easy Bar de Tiago Freire. O nome da cor da parede é Pote de Argila, também da Coral por Taeco Tintas, e o balcão em cerâmica verde cria um contraste maravilhoso com essa cor. A marcenaria sutil ressalta a exuberância do colorido do bar, criando uma atmosfera muito adequada para o tema. Eu, como adoro bares, e adoro destilados, já tive ímpetos de atacar essas prateleiras – só não o faço por causa do meu bom senso e da inteligência emocional adquirida com a idade. Mas que dá vontade de experimentar tudo, dá...Ainda mais porque este espaço tem uma luminária da Dimlux que eu amo, a Snoopy, um desenho que data da década de 1960 mas que continua absolutamente atual. Um bar absolutamente tentador este, não?

A cozinha do Chef – Raízes, é uma proposta deliciosamente brasileira e quente assinada por Amanda Miranda. Tendo o artesanato e a cor como representações desta brasilidade, ostenta um armário e base de bancada amarelo ocre executados pela Todeschini, com eletrodomésticos da Elettromec e luminárias da Dimlux. Eu queria essa cozinha para mim, juro...além de ser extremamente alegre e elegante, ela é prática, pensada em cada detalhe, um verdadeiro oásis para um cozinheiro amador com pretensões de chef como eu. Tão bom sair daqueles cenários de cozinhas branco e cinza e se deparar com essa explosão de cores, estampas e referências de brasilidade explícita, não? Dá vontade de testar todos os pratos da culinária brasileira e receber os amigos neste espaço solar e contemporâneo com as nossas necessidades. Um acerto em todos os sentidos.

E o (assim como eu) estreante na Casa Cor Rio Tom Castro arrasou nos contrastes de paredes pretas com quadros em tons fortes e o banheiro na cor Espuma de Goiaba, também da Coral para Taeco Tintas. E essa foto explicita bastante os contrastes destacados pelo arquiteto, que criou um clima solene nesta passagem, utilizando da cor como recurso arquitetônico de forma muito personalizada. E eu, que sou um cavaleiro contra a estética do bege dominante, adoro estas ousadias, considero-as não apenas corajosas mas também manifestações de pura criatividade.

Ainda teremos mais sobre a Casa Cor Rio. Está linda, diversa, plural, e mais carioca do que nunca. Por isso mesmo, universal.