A mais suave das estações chegou há algumas semanas, e eu nem tive tempo de falar sobre ela – a Casa Cor Rio tomou todo meu tempo, pois tinha muito assunto. Eu ainda poderia falar muito sobre esta, mas vou deixar para a semana que vem, fazer uma espécie de top tem do que vi naquele evento. Mas vamos aos fatos – Primavera remete a...flores, claro. E esse papel de parede provençal, da Orlean, é simplesmente ...WOW! Que coisa chic, que sofisticação que riqueza de desenho e de proporções...Eu aprendi com o mestre Franz Weissmann sobre a importância do espaço desocupado. E a área não desenhada deste papel de parede desempenha uma função indispensável para a beleza deste produto. Eu já colocaria um sofá contemporâneo rosa claro, um tapete listrado em verde, já ia transformando todo o espaço numa imensa primavera visual. Mas meu repertório é muito plural, por isso que já vejo estes produtos aplicados em outras propostas...
Também da Orlean, a coleção de tecidos e papéis de parede acima, com uma profusão de flores quase inimaginável. Eu adoro estas padronagens, essa infinitude de cores se sobrepondo, me lembra o melhor da decoração inglesa/francesa, com estampas se sobrepondo, vasos de flores, quadros na parede, tapetes igualmente estampados, tudo sem ficar pesado ou demodê. Os europeus têm uma facilidade em construir estes espaços com informações das mais diversas origens e épocas, nós somos um país ainda novo e aculturado, e infelizmente nossa decoração contemporânea parece preferir os enfadonhos e infinitos tons de bege a optar por estas maravilhas coloridas e estampadas. Eu, particularmente, acho estas estampas um luxo...
Mudando radicalmente de proposta e origem, as cerâmicas da Dracena Home – estas jacas – são simplesmente arrasadoras de belas. Além de seu alto quociente estético e artístico, elas têm um componente social muito grande – geralmente são feitas por pessoas de comunidades muito carentes, que tiram todo seu sustento da fabricação e/ou manufatura destes objetos. Estas peças eu vi na vitrine que meu amigo Mario Santos fez para a loja, explorando objetos e artigos de nossa cultura popular, tudo extremamente bem arrumado como tudo que esse meu amigo faz. E a loja tem um acervo de peças neste segmento muito grande, tão grande que é difícil escolher uma peça ou outra. Eu nem postei uns tamanduás que vi na vitrine, pois eles eram tão bonitos que eu fiquei extremamente tentado em comprá-los – para colocar aonde, não sei, pois minha casa já está cheinha...
Eu simplesmente adorei estes vasos, da Razza Design. Na verdade cachepots, que podem ser utilizados como vasos. Mas são tão originais, lembrando o granilite dos pisos e bancadas antigos, com uma cor absolutamente primaveril...novamente, tive que me conter para não sair com eles debaixo do braço. É que eu já tenho tanto vaso em casa que se entrar mais um, não sei literalmente onde colocar. Não que cara-metade se incomode com isso, ao contrário – para ele o conceito de “More is more” é absolutamente normal, e ele adora uma sobreposição de livros/objetos/vasos que ele compõe como poucos, e o livre arbítrio estético dele tem muito a ver com o meu. Com a diferença que ele tem um quociente mais “fun”, ao acrescentar bichinhos, bonecos e todo tipo de gadget. Coisa para quem sabe fazer...
E o que dizer destes vasos luxuosos – também da Razza Design? Eles já vêm com flores anexadas ao corpo, são praticamente objetos escultóricos em si. O toque de dourado sobre o branco ainda confere uma aura de luxo, parece um detalhe de uma joia ou vestido de alta costura. Delicados, sofisticados...uma versão “de luxe” do conceito primaveril.
Estas belezinhas acima fazem parte de uma coleção Barovier – Murano da Studio Grabowsky. Formas lindas, acabamento esmerado, o pó de ouro que confere esse status de alto luxo às peças, e um certo componente “colecionável” que me é muito caro. Eu tenho um vaso parecido com o maior, só que multicolorido, comprado em Milão milênios atrás, e que, apesar de frágil, continua enfeitando minha estante. Estas peças compõem uma mesa de centro com muita elegância, fora seu aspecto utilitário – eu adoro pensar nesse bowl em forma de folha cheio de cerejas, os bowlzinhos com castanhas e essa pequena cornucópia com uma calda de chocolate, por exemplo. Requinte à mesa em plena primavera, não é o máximo?
Aqui, a exuberância da primavera em seu explendor – as flores e arranjos do Atelier Piê Neto exibem as cores da natureza real, a explosão de formas e matizes que eu tanto amo. Em nosso espaço na Casa Cor Rio, ao perguntarem para mim ou para Lenora Lohrisch, minha sócia, como ousamos misturar uma parede pintada de vermelho com um teto originalmente rosa claro e azul, a resposta estava na ponta da língua – não inventamos nada que a natureza já não tenha mostrado. E é verdade...nossas casas podem ser mais coloridas, mais inspiradas na natureza real, nas cores das nossas matas, fauna e flora. Esse vaso acima já deixa qualquer ambiente mais bonito, não acham?
E encerro este post com este tapete rosa e este outro tapete cru da Galeria Hathi, pois rosa me lembra uma cor primaveril, e este é simplesmente deslumbrante. Nesta loja você pode encontrar tapetes florais, lisos, listrados ou esse patchwork róseo deslumbrante, e eu tenho certeza de que qualquer ambiente ganha vida com este tapete. E um vaso de flores sobre a mesa. E um perfume de flores permeando a casa. Vamos assumir – a primavera é provocante, é inspiradora, ela antecede a imensidão solar do verão, e tem uma energia mais calma, quase feminina.
Que a primavera entre em todos os nossos lares – e corações. O mundo, mais do que nunca, está precisando disso.
Wair de Paula Jr.