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Marcio Roi ter

Fundador-Presidente do Instituto Art Déco Brasil

O

Rio de Janeiro, em 2011, foi a primeira

cidade da América Latina a sediar um con-

gresso mundial de apaixonados pelo

Art

Déco

, o “XI World Congress on

Art Déco

”, organi-

zado pelo Instituto Art Déco Brasil, que fundei em

2005. Nossa cidade é a Capital do Modernismo na

América Latina.

O

Art Déco

carioca sempre foi muito apreciado

no mundo inteiro. No final de março passado, fiz

a quarta palestra (entre 2016 e 2019) na cidade

berço do estilo francês, Saint-Quentin. O arquiteto

Mauricio Prochnik – autor do projeto de requalifi-

cação dos espaços do Cristo onde já foram realiza-

das as reformas das escadas rolantes e elevadores

– e eu falamos para uma plateia lotada sobre o

Cristo Redentor, maior monumento

Art Déco

do

mundo. Proeza da técnica e da arte, inaugurada

em 1931, com o engenheiro brasileiro Heitor da

Silva Costa comandando os trabalhos, o escultor

francês Paul Landowski moldando o Art Déco,

o engenheiro, também francês, Albert Caquot

garantindo a solidez eterna do monumento, e a

Igreja Católica com Getúlio Vargas combinando

demolir a ponta do Corcovado para ali instalar o

maior símbolo do maior país católico.

CARIOCA

Eu não tinha mais que cinco anos de idade

quando subi pela primeira vez no maior ícone

Art

Déco

do Rio: o Edifício A Noite, de 1929. Com

seus 23 andares, foi, durante muitos anos, o mais

alto do continente, dominando a Praça Mauá. No

último andar, projeto de Joseph Gire e Elisiário

da Cunha Bahiana, funcionava a Rádio Nacional.

O destino quis que minha mãe, a professora

Maria de Lourdes Alves, dirigisse um programa

para jovens, o Clube Juvenil Toddy, e que gos-

tasse de me levar com ela. Subíamos no elevador

exclusivo das estrelas do

cast

da Rádio Nacional

com Pixinguinha, Marlene e Emilinha, Cauby e

Orlando Silva. Agora está uma ruína.

Minha paixão pela preservação e celebração do

Art Déco

começou ali. Mas também pelo bairro do

Grajaú cheio de casas do estilo como a demeus avós.

Meu avô paterno JJRoiter, um bravo ucraniano

chegado no Rio em 1925 – quando a “Exposition

Internationale des Arts Décoratifs et Industriels

Modernes” recebeu 16 milhões de visitantes e

consagrou o estilo – tinha uma loja de móveis e

objetos na rua do Catete 186, “A Merecida”, ven-

dendo todos os estilos, inclusive o Moderno.

RESISTÊNCIA E CELEBRAÇÃO NO

ART DÉCO

MAGAZINE CASASHOPPING

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