

D
e repente, o mundo foi dominado pelas cervejas
artesanais que trouxeram ao paladar uma onda de
criatividade e de ideias frescas. Mas se há um lugar
em que essa criatividade e muitas ideias frescas dominaram o
mundo das cervejas artesanais, este lugar é o Brasil. E não me
refiro somente às bebidas, premiadíssimas pelo planeta afora,
preparadas, aqui, com nossas frutas, nosso paladar, nossas
gingas e, agora, com nossa identidade. Tratam-se dos rótulos
de nossas
craft beers
, que dão aos produtores mundo afora
uma nova forma de se apresentar uma cerveja artesanal.
E o que não falta nesses rótulos é Brasil, seja nos temas, seja
na criatividade dos designers. É o caso das cervejas da Kurumã.
Lançadas há menos de um ano, são produzidas no Rio de
Janeiro e estampam seus rótulos com a imagem de índios
cercados por belo grafismo e uma paleta vibrante de cores.
Uma delas, do estilo
belgian ale
, foi batizada a partir do próprio
espírito dos nativos da cidade. Seu rótulo Kariauc remete à
forma como os indígenas conheciam os portugueses, que sim-
plificaram e estabeleceram a nova nação dos cariocas.
A criação dos rótulos da Kurumã é do designer Marcelo
Casé, que assina outras referências do paladar, como a dos
sucos Do Bem. Foi dele também o segundo rótulo, de uma
cerveja preparada com mosto de pão, conforme uma antiga
receita do avô de um dos sócios, Homero Neto. Seguindo
a linhagem da língua tupi, adotaram o nome Araya para o
rótulo – avô, na língua primeira do Brasil.
P EDRO ME L LO E SOUZ A
Como designers
profissionais
juntam-se aos
produtores das mais
celebradas cervejas
artesanais brasileiras
para criar um
padrão de rótulos de
identidade nacional –
e padrão internacional.
MAGAZINE CASASHOPPING
71