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á uma lenda que dizia que, um dia, em inícios
do século passado, era comum afirmar que a
boa casta para o vinho era a touriga francesa.
Se não fosse essa, só podia ser a nacional. Se essa fosse
a história, essa seria a origem da denominação touriga
nacional, uma casta de uvas tintas que, antes despre-
zada e esquecida, tornou-se, hoje, a grande bandeira
do vinho português. Mas críticos como o inglês Richard
Mayson restauram os fatos, que relembram que, desde
os fins dos anos 1800, era sinônimo de fineza do vinho
português. “Mas acabou esquecida por ter uma produ-
tividade baixa”, lembra.
No campo, é um fruto belíssimo, de cachos robustos,
em formatos que lembram até um mapa da América
do Sul, e que teria suas origens na área de um vilarejo
do Dão, conhecido como Tourigo. Ontem, quem falava
em touriga nacional, falava em Douro ou Dão. Hoje, a
expressão é apenas a constatação de que a touriga está
presente em praticamente todos os grandes rótulos, do
Esporão à Barca Velha, em todo o território português.