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A COR DA CASA III

Wair de Paula, Jr.

Não tenho como não continuar neste assunto – a Casa Cor Rio 2023 está linda...por uma série de fatores, Primeiro – o Palacete Brando Barbosa (foto acima) está inserido em um jardim que é mais do que isso, são 12mil metros quadrados envolvidos por uma vegetação exuberante, de onde se tem uma vista especial

Sim, da entrada oficial da Casa Cor Rio temos uma vista privilegiada do Cristo Redentor. Que, esteja nublado, chovendo, sob o sol inclemente ou iluminado pela luz da lua e refletores, é uma visão maravilhosa, reconhecida no mundo inteiro. E este ângulo mostra como nossa geografia é exuberante, um elemento a mais para se frequentar a mais brasileira das mostras de decoração do país, dada a pluralidade de estilos que são mostrados neste evento.

E, em virtude disto, o verde é a cor mais presente nesta mostra, seja na forma dos jardins que cercam ou penetram nos bangalôs construídos na parte posterior da casa, seja nas paredes, bancadas e móveis. A foto acima é um pequeno exemplo de que como a natureza é generosa e onipresente nesta Casa Cor, o que a distancia das mostras deste segmento no país – aqui os conceitos de integração com a natureza, biofilia e consequentemente bem estar são potencializados, em virtude do cenário existente.

Um dos restaurantes da Casa Cor Rio, a cargo do Cooking Buffet, foi projetado pela Brise Arquitetura, em perfeita sintonia com o verde que o envolve – aqui, a natureza seguramente inspirou a cor das paredes, pintadas com Tinta Coral by Taeco Tintas, e o painel recebeu uma cerâmica verde maravilhosa da Ekko Revestimentos. Este restaurante, além do capricho da decoração, ainda oferece pratos inspirados da minha amiga Adriana Mattar, e o serviço da equipe é simplesmente impecável.

Aqui um outro ângulo do mesmo restaurante, com luminárias da Dimlux, mostra a preocupação com detalhes que a dupla da Brise Arquiteura colocou neste projeto. É uma pena pensar que, apesar da qualidade da comida, atendimento e das instalações, este restaurante deixará de funcionar após o dia 15 de outubro, data final da Casa Cor Rio este ano. Eu adoraria ver a iniciativa privada realmente transformando a ideia da Casa Cor em transformar este espaço em um Hotel Boutique – seria um inegável bem para a cidade, sem contar com a geração de empregos que uma operação destas proporia. Um acerto estético com um forte apelo social, um acerto em todos os sentidos.

Verde também é a cor da marcenaria executada na marcenaria do café/livraria, um projeto delicioso de meu amigo de longa data Mauricio Nóbrega, executado pela Lacca Móveis. Eu sou rato de livrarias, ainda acredito na força da informação impressa, adoro estantes (já afirmei isso aqui inúmeras vezes...), e considero que livros meio que “contam” a história do dono da casa de forma indelével. Deram o nome de “Quintal” a esse espaço, reforçando a poesia de seu uso, e aqui eles utilizaram produtos da Dimlux, Galeria Hathi e Ekko Revestimentos, entre outras marcas do Casashopping.

A casa criada pela Up3 Arquitetura tem mobiliário da Brentwood e iluminação da Dimlux, e este sofá é o ponto focal do living desta casa, imenso, em um belíssimo tom de terracota. E os tapetes da Galeria Hathi deixam o ambiente ainda mais confortável. A Casa Senses, nome dado pelo escritório para este espaço, oferece um exercício aos sentidos de forma clara, extremamente elegante e solar, pois sua frente é composta por portas/painéis em madeira e palhinha, extremamente elegantes e muito, muito brasileiras.

A sala de encontros de Patricia Marinho e Manuèle Colas é uma ode ao talento de Noel Marinho, um grande criador. O desenho do painel, dos azulejos da estante ao lado e do tapete fazem um interessante contraponto com as luminárias da Lumini, e eu simplesmente adorei as mesinhas em junco de Maria Cândido Machado, que assim como o sofá, você pode ver na linda loja da Arquivo Contemporâneo. Esse espaço é mais do que uma sala de encontros, é uma sala de surpresas, pois tem delicadezas por toda parte, obras de arte muito particulares, móveis de design assinado das mais diferentes épocas e origens, e muito, muito conforto.

As paredes cinza criam um belo contraponto com o entorno da casa/spa de João Panaggio, com móveis icônicos da Arquivo Contemporâneo. E é deste espaço o quarto com fundo cheio de plantas que está no início deste post, mais uma prova da exuberante vegetação que cerca esta casa, inundando todos os espaços de uma energia magnífica. Se a ideia de transformar este espaço em hotel boutique for realmente realizada, será uma situação única, não conheço um hotel que esteja cercado e envolvido por uma vegetação tão exuberante, onde a potência da natureza esteja tão presente.

E, para sair um pouco do verde reinante neste post, termino com as lindas obras de meu amigo Rafael Vicente, da A. Thebaldi Galeria. Eu precisava terminar com esta obra pois ainda estou sob o impacto do trabalho que Rafael expôs recentemente na Art Rio, um trabalho lindo, que extrapolava os limites da tela invadindo as paredes do stand em que estava, e eu não apenas considero o trabalho deste artista excepcional, como suas propostas de site specific são fascinantes. Vou adorar ter a oportunidade de fazer uso deste recurso em algum espaço no futuro próximo, gosto de pensar que a Arte expande todos os limites da percepção, e explorar isso de forma física e real é uma das manifestações mais interessantes que se possa ver.

Ainda teremos mais Casa Cor Rio? Sim, provavelmente. É um assunto vasto, e ainda não cheguei nem na metade...

Wair de Paula JR.

 

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