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O Canto da Casa

Wair de Paula, Jr.

Cada casa tem seu canto, e cada morador tem seu canto da casa. Eu tenho meu cantinho preferido, e é esse acima – passo bastante tempo nesta poltrona Charles Eames de couro bem antigo, amaciado, lendo, ouvindo música, bebendo, cercado de minhas referências  e tentando colocar a cabeça em ordem sempre que possível. Essa poltrona é um clássico do design, e foi descrita por seus criadores – Charles e Ray Eames – como “um refúgio especial contra as tensões da vida moderna...”, isso em 1956. Às vezes, nesta poltrona, fico pensando se os designers que a criaram algum dia pensaram que seu produto duraria tanto tempo, e que faria parte da história do design. Em outros tempos eu tinha a companhia de Leopoldo, meu fiel escudeiro, o schnauzer mais fofo que já conheci na vida. Hoje quem me faz companhia é Eugênio, o lindo siamês de cara-metade, que adora ficar aos meus pés como prova de carinho e confiança. Mas eu perco (ou ganho?) horas neste canto, às vezes me pego olhando o intrincado desenho do castiçal TIffany´s comprado há muito, e que faz parte do acervo do Metropolitan Museum...

Eu ainda quero morar numa casa, para poder ter todos os animais e plantas que pretendo. E, se tal sonho se concretizar, uma varanda com uma chaise/balanço como esta, da Brisa Casa(@brisa_casa) seria a pedida certa. Existem poucas coisas mais prazeirosas do que um balanço no cair do dia, não é mesmo? Os balanços nos remetem diretamente à infância, um tempo sem boletos nem preocupações, e este acima é um acerto em termos de design e conforto.

Minha Charles Eames tem um puff grande, delicioso, que desloquei para o quarto para manter a circulação da sala mais fácil. Mas, se o espaço permite, uma poltrona com puff faz qualquer canto ficar mais confortável. Eu adoro puffs, acho um grande coringa na decoração, fazendo ou não par com a poltrona. Aqui, este canto da casa recebeu a poltrona+puff da Bazzi Móveis (@bazzimoveis), e é um verdadeiro convite ao conforto, a momentos de relaxamento. O ócio criativo pode ficar ainda mais criativo com o conforto desta poltrona.

As vezes o canto pode ser um espaço um pouquinho maior – e neste caso, tornar-se um espaço para a TV, como neste projeto da @inloco.arq. E o sofá da Brentwood (@brentwood_oficial), com um braço de um lado e a mesa de apoio do outro, é o produto certo. Este tapete grande cobrindo todo o espaço é uma delicia, e eu adoro perder as manhãs de domingo lendo jornais e revistas no chão da sala, acompanhado de (mais) uma imensa xícara de café quente. Esse é um hábito que retomei recentemente, o da leitura dominical, e redescobri o prazer de fazê-lo. Domingos hoje, para mim, são calmos, sem barulho, e sem a obrigação de fazer algo que eu não queira. E esse cantinho acima seria super propício para isto.

Eu adoro poltronas pequenas – na minha casa, na foto que abre este post, a Charles Eames é acompanhada de uma poltroninha do Tenreiro, em jacarandá e palhinha, de um tempo em  que o jacarandá ainda tinha extração permitida. Eu sou tão apegado a esta poltroninha, que quando alguém vai em casa, eu já trato de sentar nela, com medo de que danifique...E, falando em poltronas menores, a da foto acima é lindinha. Sua estrutura é muito sofisticada, seus volumes de tapeçaria bem relacionados com a estrutura de madeira, absolutamente clean e chic. Esta é da Edno (@ednointeriores),uma pequena preciosidade.

As vezes o cantinho é para ter amigos nele. Seja para um café, ou para um jogo de cartas, uma mesinha com cadeiras pode transformar um canto em um espaço extremamente usável. E e esta mesinha, da Bac Collection (@bac_collection), de formato irregular e pé central, é perfeita para ocasiões assim. As vezes tudo o que precisamos é de um canto para juntar dois amigos e bater papo até o assunto acabar – coisas que se estamos fazendo menos, ultimamente, pois as redes sociais e os celulares de última geração estão tomando mais tempo da gente do que poderíamos pressupor...

Almofadas sempre deixam um sofá com cara de mais gostoso. E estas em desenho gráfico maravilhoso, da Dracena Home (@dracenahome) são maravihosas. Já disse aqui que adoro estes temas que remetem à cultura africana, são extremamente chic e eternamente contemporâneos. E, embora a situação formal de um sofá seja para se sentar nele, não conheço quem não adore deitar em um, com a cabeça afundada em macias almofadas, em um dolce far niente absoluto.

Minha queda por fibras naturais data de longo tempo. São atemporais, se inserem em qualquer tipo de decoração, são super adequadas ao nosso clima, e duram muito. E este conjunto da Dracena Home (@dracenahome), poltrona e cesto, são absolutamente versáteis, práticos e muito charmosos. As fibras naturais já estiveram mais em voga, mas graças aos deuses estão voltando às melhores coleções, pois aliam além das qualidades acima um caráter de unicidade espetacular. Não sei se ainda está em linha, mas a Artefacto tinha uma cama cuja cabeceira tinha o desenho de uma bergère, totalmente em fibra natural, e era um luxo. Mas eu sou suspeito, adoro esta matéria prima...

Aqui, um canto clean, e impactante. As formas super limpas e orgânicas da poltrona da Codex , Home (@codexhome), neste tom de barro, deixaram-na com um caráter escultórico. As vezes  less is more, como vaticinou o mestre. Nestes casos, a importância do design se faz extremamente presente, e a foto acima é a prova disto.

Ainda da Codex Home (@codexhome), os puffs da foto acima, em corda náutica, montam um espaço lúdico e informal. Estes puffs são extremamente práticos e confortáveis, e tanto podem estar num canto da casa formando um ambiente como o acima, como podem ser agregados à mesas de centro, e eu adoro essas massas de cor no living. Paola Lenti, a designer que arrebata a todos em cada Feira de Milão em seu show room recheado de cor e sentimento, é uma mestra em fazer uso destas peças para compor todo tipo de espaço. Visitar seu show room é uma máster class de visual merchandising, pois ela faz uso de cores maravilhosas em espaços cenograficamente impecáveis. Foi ela a primeira a fazer puffs em corda náutica, e desde então todo o mercado lançou variações deste produto, prova de que o bom design sempre se impõe.

Mas, qualquer que seja o canto da casa, o mais importante é que estejamos bem em nosso íntimo, afinal a casa é um reflexo do que somos e de como estamos. Eu achei a escultura acima, da Ekko Home (@ekkohome) muito poética, provoca um momento de reflexão que transcende à própria peça. Somos todos iguais a esse menino, refletindo nossa imagem que vai se mudando com o tempo, e aceitar essas mudanças são parte fundamental de nosso bem-estar. E a casa acompanha estas mudanças, pois, como disse o mestre Le Corbusier, “...o lar deve ser o tesouro da vida...”

 

Wair de Paula Jr.

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Comentários

Claudia Nascimento

24/abril/2023

Muito bacana este blog do CasaShopping, parabéns!