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Handmade

Wair de Paula, Jr.



As empresas de móveis e acessórios para casa estão cada dia mais ligadas em tecnologia, fundamento imprescindível para o sucesso comercial. Sofás com carregador de celular embutido, camas com entrada USB, criados com iluminação acionada a um toque em qualquer parte do produto, tudo isso encanta e é necessário. Mas o handmade não perde espaço para a tecnologia – ao contrário, pode fazer uso desta para se destacar.



Uma empresa que vem se destacando nesse assunto é a mineira Franccino (@franccinooficial). Seus móveis em fibra vegetal, sintética ou corda naval apresentam um quociente significativo utilizando tecimentos e manufatura de alto padrão em produtos cheios de charme. Como o sofá Alfaia acima, cuja trama lembra a estrutura das casas de abelhas. E a irregularidade do padrão é um dos charmes deste processo – o handmade pressupõe uma certa unicidade do produto, visto depender profundamente da mão do profissional que o está executando.


 
E esse elemento pode estar presente em vários produtos e dimensões – como é o caso da Mesa de jantar Dara, de desenho intrigante, moderno e divertido. Também da Franccino.


 
Este ano a Franccino lançou itens muito inspirados, e a poltrona e o balanço acima são a prova disto. Organicidade é um dos elementos fortes da coleção 2021, aliados ao conforto e qualidade característicos da marca.
 


Não dá para falar de handmade sem citar ou lembrar imediatamente da marca Artefacto (@artefactooficialbrasil). O conceito de fatto a mano é divulgado não apenas em seus produtos, mas principalmente em seus releases e redes sociais. A empresa começou como fabricante de móveis de fibra vegetal, e ao longo de sua história foi incorporando outros materiais e conceitos à sua linha de produto, mas sempre mantendo peças icônicas feitas em fibras vegetais ou sintéticas. A foto que abre este post, de uma poltrona desta marca, ilustra bem a altíssima qualidade empregada em seus trançados. E o balanço acima parece ter saído da coleção Objets Nomades, da Louis Vuitton, tamanho esmero e qualidade de acabamento.


 
Inúmeros itens da coleção Editions 2021, da Artefacto (sob direção criativa de Patricia Anastassiadis) levam este conceito às alturas, resultando em produtos simplesmente maravilhosos – tanto do ponto de vista criativo quanto de qualidade de manufatura. O balanço acima ganhou uma versão menor, e a coleção de bancos/mesas laterais que mistura couro com o trançado da fibra são os pontos altos desta coleção.


 
O designer Sergio Mattos desenhou alguns produtos para a linha da Artefacto, e a poltrona Angatu transforma a estrutura metálica em algo que lembra junco ou malacca, a mais resistente das fibras vegetais. Sergio Mattos, inclusive, tem um trabalho autoral magnífico baseado na produção das comunidades ribeirinhas da região amazônica. Brasilidade e contemporaneidade aliados, mistura sempre bem aceita.


 
É da Breton (@bretonoficial) o buffet acima, criação da designer Luisa Moyses para a marca. Esta trama de madeira, um chevron que remete diretamente às pinturas corporais dos nativos brasileiros, é feita com uma qualidade tão absurda que parece uma impressão. O preciosismo no acabamento deste produto salta aos olhos.

O balanço Curação, também da Breton, tem uma trama simples mas de alto efeito em virtude do contraste das cores. Quase um coccoon, aquele tipo de móvel que leva o usuário a uma outra experiência com o sentar, discutindo não apenas o conceito de conforto, mas também os conceitos de idividualidade e introspecção em um só produto.

E isto é  apenas uma amostra do que o mercado está oferecendo sob esta ótica. Voltaremos ao tema mais algumas vezes, com certeza.

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