Algumas empresas do nosso segmento têm um departamento responsável pela pesquisa, desenho e desenvolvimento dos produtos que compõem seu portfólio. Prática antiga, agora – e cada vez mais – que vem sendo substituída pela necessidade, ditada pelo mercado, de acrescentar outro elemento aos seus produtos – o desenho de autor. Para tanto, as empresas estão convidando designers de todas as regiões do país para desenhar produtos, sempre antenados às últimas e/ou futuras tendências da decoração de interiores. De cerâmicas, pisos e luminárias aos sofás, poltronas, etc., o talento de nossos designers hoje pode ser visto em várias lojas e, conseqüentemente, em vários projetos.

Comecemos por um designer que admiro, Sergio J.Matos. Nativo do Mato Grosso, foi na Paraíba que traçou seu caminho – formado em Design Industrial pela Universidade Federal de Campina Grande. Seu desenho é internacional porque calcado fortemente na cultura brasileira, e tanto seu trabalho original quanto o percurso de seu desenvolvimento de produtos - muitas vezes promovendo o trabalho de comunidades ribeirinhas do norte/nordeste do país – se manifestam em móveis únicos, confortáveis e altamente desejáveis. Como é o caso do sofá/ninho que abre este post, cujo nome (Samburá) denuncia a inspiração deste. Faz parte da nova linha de produtos da Franccino (www.franccino.com.br), uma coleção cheia de itens que seguramente farão a diferença em sua casa. 

 

Como é o caso do banco acima – do designer Paulo Alves (este,do interior de São Paulo). Embora Paulo Alves seja conhecido por seu trabalho em madeira, o banco Aries é feito 100% em alumínio com pintura eletrostática. Este é um dado interessante – o ingresso de designers nestas empresas sempre possibilitam uma nova leitura, tanto para a empresa quanto para o autor. Da mesma empresa – Franccino – é o conjunto de mesas abaixo, que eu adorei...

pintura eletrostática, e saíram das pranchetas da designer Isabela Vecci ( arquiteta, mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais). São perfeitas tanto para o exterior quanto para o interior, e é o tipo de mesa que se pode misturar a outras, explorando a forma e as possibilidades de cores que a marca oferece. 
Natural de Itajaí, Santa Catarina, o designer Diogo Giácomo Tomazzi tem um desenho muito particular, com um ligeiro acento retro. Sua escrivaninhana Cosme (que você encontra na Breton – www.breton.com.br) tem a característica de seus produtos – funcional, leve, mistura equilibrada de materiais e texturas.

  

A Breton tem um grande número de produtos dentro do conceito Collab, entre eles uma designer cujo trabalho estou sempre “de olho”: Carol Gay. Arquiteta de formação acadêmica, é dela um vaso de vidro com suporte de metal que está presente em vários projetos descolados. E é de sua autoria o conjunto de mesa de centro e aparador Vértice.



E o vaso Bola – citado acima – é uma grande sacada, uma peça em vidro pesado, disforme, apoiado em uma estrutura fina em chapa de metal. Original, bacana, autoral – e muito acessível.


 
Eu tenho uma assumida queda por carrinhos de chá – que hoje, fazem presença como mesas laterais, carro-bar, mesa de apoio, qualquer coisa (hoje não tomamos chá, talvez...). E o carrinho Locomotivo – uma grande sacada este nome, não? -, da Novo Ambiente (www.design.novoambiente.com.br) é de autoria de Bruno de Carvalho.

 

Fora o nome divertidíssimo, este carrinho temuma elegante mistura de materiais: aço carbono, latão, madeira e couro. Chic, jovem, com uma mescla de elementos que permitem que você literalmente tenha a opção mais adequada para seu projeto e/ou gosto, e é uma peça de design autoral.

Lembrando que as marcas que apostam nos designers estão, além de tudo, fazendo um bem social muito grande – desenvolver produtos autorais no Brasil envolve um grande número de empresas, funcionários, ações e plataformas, onde todos são beneficamente envolvidos. Muito melhor do que comprar um item padronizado, fabricado em larga escala.

Wair de Paula, Jr.