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Comer, comer

Wair de Paula, Jr.



Minha criação foi feita em torno a uma mesa de jantar. Desde os estudos, até os almoços e jantares familiares, onde se aprendia tanto quanto nos livros, eu penso que a mesa de jantar traz embutida em sua criação, uma idéia de comunhão, de encontro, de generosidade. Talvez por isso, em minha casa, eu tenha optado por deixar a sala de jantar aberta ao resto do living, com a cozinha integrada – assim juntaria tudo o que gosto num único ambiente.

Mas eu também gosto de salas de jantar mais formais, separadas, que sugerem jantares deliciosos regados a ótimo papo e bebidas...

 



Adorei esta salinha de jantar, situada num cômodo pequeno. A ousadia da cor escura, a interessante disposição da coleção de fotografias, o sofazinho, todos os elementos pensados para uma reunião gostosa. Gostei tanto desta solução, que provavelmente farei uso desta em meu próximo apartamento, se a planta pedir por um espaço menor. 



Acima, outro espaço não muito grande. Mas uma seleção primorosa de elementos – a marcenaria na parede, o lustre de palha trançada, a mesa de apelo industrial e as cadeiras leves – todos os móveis, acessórios e revestimentos desta sala contribuem para uma sensação absoluta de conforto e aconchego.


 
Aqui, o oposto – não é pequena, é grande, clara, com um lustre fantástico e com uma alta dosagem de drama em sua concepção. As poltroninhas são lindas, os arranjos de plantas são lindos, e a colocação das obras de arte muito bem resolvida. Se fosse minha casa, teria muito mais coisa,   eu sou barroco...



Uma coisa me incomoda nesta foto acima – tudo combina. Demais da conta...Mas a cor das cadeiras, a situação do aparador ao fundo e o tapete são elementos fortes o bastante para me fazer aceitar que esta sala é muito elegante. Eu exageraria nas plantas nos vasos, o projeto permite.   



Esta sala já me arrebata por duas pequenas questões: o lustre, que eu achei uma maravilha, e a obra verde sobre a lareira, de autoria do anglo-indiano Anish Kapoor. E essa disposição aleatória das cadeiras eu achei muito legal, pois não gosto daquela sensação de “parede estofada” causada pelo excesso de costas de cadeiras. Poucos – mas poderosos elementos (e caros, no caso da obra citada).
 


Eu adorei estas cadeiras da Artefacto (www.artefacto.com), em projeto de Alexandre Cardim (www.alexandrecardim.com.br). Tem um desenho que remete aos carros “saia e blusa”, e a ousada marcenaria ao fundo imprime muita personalidade a este projeto.


 
São da Lider (www.liderinteriores.com.br) os móveis que compõem a sala de jantar acima. Um jeito de mobiliário modernista, que se manifesta nas cadeiras de palhinha e no longo Buffet/aparador. Classe, contemporaneidade e praticidade traduzem este espaço.
 


E aqui, o minimalismo em sua essência. Cadeiras que são um clássico do desenho contemporâneo, uma mesa reta, simples, duas luminárias e mais nada – a soma destes elementos resultou em um espaço limpo, lindo e atemporal. Talvez limpo demais para meu gosto, confesso...Mas não ouso criticar. Passaria horas nesta sala de jantar batendo papo e/ou aumentando minha circunferência abdominal.

Em suma – não importa o estilo. O que importa são produtos de qualidade, originalidade e equilíbrio na proposta. São regrinhas um tanto quanto vagas, mas fundamentais para transformar aquele espaço insípido em uma deliciosa sala de jantar.

Wair de Paula, Jr.

 

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