Olhe a maravilha que abre este post. Obra do arquiteto Ma Yansong, da MAD Architects (http://www.i-mad.com), esta sala de espetáculos é a Harbin Opera House, na China. Aqui, além da arquitetura literalmente espetacular – fico até pensando no trabalho dos cenógrafos para fazer um cenário superior à arquitetura desta sala...-, todos os elementos foram compostos para criar uma acústica perfeita. Tanto interior como exterior desta construção são de tirar o fôlego, como dá para ter uma pequena noção através da foto abaixo.
Esta corrente, da “arquitetura espetáculo”, ganhou novas dimensões através das tecnologias disponíveis, tanto para projetar como para construir. E eu sou maluco por 3 elementos de arquitetura/engenharia: pontes, igrejas e salas de concerto...
Portanto, vejamos mais alguns exemplares desta categoria.
Essa maravilha clean e com uma estrutura irregular, estranha, é obra de um arquiteto que venero – outro oriental, Kengo Kuma (já falamos dele aqui no blog, mas mesmo assim vale checar o site - http://kkaa.co.jp).O Darius Milhaud Conservatory, em Aix-en-Provence, França, é daqueles projetos aparentemente simples,mas de resultado acachapante. Kuma é mais que um arquiteto, é professor e um grande pensador desta carreira, ler seus escritos é fundamental para entender a arquitetura contemporânea.
O revestimento das paredes do CKK Jordanki Concert Hall, na Polônia, criação do escritório espanhol Menis Arquitectos (leia-se Fernando Menis - http://menis.es)é uma reinterpretação das fachadas das casas da cidade de Torun, e me remeteu diretamente aos pisos de cerâmica vermelha das casas do interior do Brasil. Este recurso, aliado à estrutura arquitetônica, também possibilitou que uma acústica perfeita, imprescindível para este tipo de arquitetura.
Mais um oriental para quem presto profundas reverências – Shigeru Ban (http://www.shigerubanarchitects.com) é o autor do La Seine Musicale, a mais nova casa dedicada à música, ópera e dança francesa, localizada numa ilhazinha no meio do Rio Sena, nos subúrbios de Paris.
Inaugurada em 2017, a La Seine Musicale parece uma pequena jóia encravada no meio do Sena,e já está operando a todo vapor.
A estrutura do Palau de Les Arts Reina Sofia já dá indícios do autor deste projeto – o já conhecido dos cariocas Santiago Calatrava (https://calatrava.com). Localizado em Valência, na Espanha, foi inaugurado no final de 2005, faz parte do complexo denominado Cidade das Artes e Ciências, projetado por Calatrava e Felix Candela. Tem um visual quase hipnótico, e lembra um pouco os trabalhos dos artistas cinéticos, um exemplar típico das referências arquitetônicas de Calatrava.
E, finalmente, uma sala dedicada ao jazz – o Jazz Campus, localizado em Basel, Suíca, projeto saído do escritório Buol & Zünd (http://www.buolzuend.ch).
A estrutura do teto, de clara função acústica, causa um efeito visual delicado e poético, em franco contraste com as paredes neutras, neste espaço monástico e inspirador.
Temos, em nossa cidade, um exemplar deste tipo de arquitetura – a cidade das Artes, projeto do arquiteto francês Christian de Portzamparc (https://www.christiandeportzamparc.com). A poucos passos do CasaShopping, tem tudo para se tornar um grande centro difusor da música e artes correlatas, mas infelizmente moramos em um país que não dá , à cultura, o devido valor, tanto conceitual quanto monetariamente.
Oxalá os nossos governantes vejam que a cultura é um bem dito imaterial, mas que tem um valor incomensurável.
Wair de Paula Jr.