Fortaleza acaba de receber mais um atrativo especial. Fora as praias belíssimas e excursões que exploram sua beleza natural, a capital cearense agora ostenta um museu direcionado à fotografia, com uma quantidade absurda de obras importantes neste campo. A obra, a cargo do arquiteto Marcus Novais, já chama a atenção. Uma “pele” metálica reveste o bloco expositivo, criando um efeito ótico que não tem apenas função estética.
“Na fachada, o corpo central do edifício foi envelopado com chapas metálicas perfuradas soltas das paredes externas, como uma espécie de casca. Com essa solução criamos uma fachada ventilada, amenizando bastante a transmissão de calor na parte externa do museu, visto que a fachada principal é voltada para o oeste, orientação de maior incidência solar em Fortaleza.
Alem das questões funcionais, a chapa metálica é o principal elemento material da fachada. Pudemos moldar a volumetria que desejávamos e gerando uma textura através das variadas dimensões de perfuração das chapas. O efeito dessa paginação faz uma alusão aos pixels das imagens.
Abraçando o volume central criamos uma grande empena lateral que se estende num coroamento da coberta. Uma estrutura metálica revestida com placas cimentícias.
através da volumetria, a neutralidade dos materiais, chegamos a um resultado plástico Contemporaneo , com identidade formal própria.”, explica o arquiteto, que nos forneceu gentilmente essa perspectiva.
Mas, se no exterior impressiona, em seu interior ele arrebata. Não somente pelo espaço expositivo, feito sob medida para abrigar uma coleção de tamanha propriedade, mas também pela qualidade das peças ali expostas.Louva-se que um jovem casal de colecionadores e empresários - Paula e Silvio Frota - tenham legado à cidade, e conseqüentemente ao país, um Museu de tamanha importância.
Quase todos os grandes mestres da fotografia estão representados neste Museu, com peças facilmente reconhecíveis dos mais leigos, como a fotografia abaixo:
A menina Afgã, de Steve McCurry, é uma das imagens facilmente reconhecíveis deste acervo - teve a sorte de ter sido feita à época das redes sociais, o que potencializou a beleza e o drama contidos nesta foto.
Eu , particularmente, me derramo pela foto de Robert Cappa
O Soldado Caído, foto de 1936, tem uma das composições fotográficas mais dramáticas e perfeitas que conheço. É uma foto que me faz pensar da importância da fotografia documental e do fotojornalismo.
E tem outra foto pela qual meu coração balança:
Migrant Mother, de Dorothea Lange. Essa foto traduz tanta história e tanto sentimento que seria suficiente para gerar um livro.
Ainda temos o gênio brasileiro Mario Cravo Neto
O Gênio francês Henri de Cartier-Bresson
Um retrato meio surrealista Igor Stravinsky por Arnold Newmann
E a lista não para:
Robert Doisneau, Richard Avedon, Horst P Horst, Miguel Rio Branco, Sebastião Salgado, Martin Chambi (que venero), Marcel Gautherot, Marc Ferrez, Cindy Sherman, a fantástica Claudia Andujar, German Lorca e mais uma pequena procissão de deuses da fotografia.
Em suma - não dá para perder. Só por isso já valeria uma ida à Fortaleza.
MUSEU DE FOTOGRAFIA DE FORTALEZA
RUA FREDERICO BORGES 545 VARJOTA. FORTALEZA CE