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A urbanização deveria ser feita em núcleos, inter-

calando prédios com casas, para uma melhor circu-

lação do ar, e não deixando acontecer o mesmo que

nos bairros da Zona Sul: uma muralha de cimento

na frente do mar. Esses núcleos seriam construídos

com um quilômetro de afastamento entre si, seus

edifícios teriam de oito a 10 andares e seriam ocu-

pados também por escolas e comércios.

“Ele admitia que processo era inevitável, já que

a ocupação da orla do Rio vinha se dando desde

1920. O professor Lúcio Costa propõe, por exem-

plo, que ao longo da orla da Barra não houvesse

ocupação habitacional, o que acabou não aconte-

cendo. Mas, de uma certa maneira, o que vai nor-

tear essa ocupação é a negação de tudo o que foi

feito em Copacabana: a ideia era fazer o oposto”,

explica Gerônimo Leitão, diretor da Escola de

Arquitetura e Urbanismo da UFF – EAU/UFF.

O plano piloto era visto por Lúcio Costa como

a solução urbanística para toda a Guanabara,

conta o arquiteto e urbanista David Cardeman,

autor de “O Rio de Janeiro nas alturas”:

“Na visão dele, seria criado um novo polo central

financeiro que ficava justamente no encontro do

eixo Norte/Sul (Zona Norte e Zona Sul, através de

Jacarepaguá) e do eixo Leste/Oeste (por estar no

centro da ligação entre a Zona Industrial de Santa

Cruz e o Centro da Cidade), o que faria convergir

o fluxo para a região, criando-se um novo Centro

Metropolitano. Ampliar-se-iam, assim, as frontei-

ras da cidade, abrindo-se áreas para a atividade

imobiliária, um novo eldorado urbano”.

O projeto, modernista como o de Brasília, dividia

a região em áreas onde os habitantes pudessem

morar, trabalhar e se divertir. O principal meio de

transporte, tal como em Brasília, seria o automó-

vel, que iria trafegar livremente, sem trânsito.

A primeira etapa da ocupação da região ocorre

na segunda metade da década de 1970 com

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