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o desmonte do Morro de Santo

Antônio, no centro do Rio, na década

de 1950, surgiu o Parque do Flamengo,

batizado oficialmente de Brigadeiro Eduardo

Gomes. O monte de entulho e escombros que

sobrou do morro ampliou o aterro já existente

à frente da Baía de Guanabara e foi transfor-

mado por Maria Carlota Costallat de Macedo

Soares (conhecida como Lota), pelo arquiteto

Affonso Eduardo Reidy, pelo paisagista Burle

Marx e uma equipe de craques num paraíso

de 1 milhão e 300 mil metros quadrados de

espécies exóticas. Com espaços para lazer,

arte e educação, verdadeiro presente para os

cariocas.

A inauguração aconteceu nas comemorações

do Quarto Centenário do Rio de Janeiro em

1965. A remoção do Morro de Santo Antônio,

para melhorar a conexão entre as zonas sul e

norte da cidade, não foi nada perto da luta

para concretizar o conceito imaginado por

Lota, Reidy e Burle Marx.

JOIA ARQUITETÔNICA E BOTÂNICA

A história do maior parque do Rio de Janeiro

Heloisa Marra

FLAMENGO

ATERRO DO

“A área receberia um projeto tipicamente moder-

nista com nítida influência de Le Corbusier com

grandes avenidas, torres espaçadas com espaços

públicos em seus interstícios. A ideia de Reidy era

a de um parque voltado para a cidade e para as

pessoas de todas as classes. Ele afirmava que seria

‘um pulmão para a cidade’. Para defender suas

convicções, Reidy chegou a oferecer seu cargo de

diretor de urbanismo do Rio de Janeiro, caso não se

produzisse algo condizente com a cidade”, conta

Carlos Murdoch, arquiteto e urbanista, professor da

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O projeto do parque surgiu pouco depois do início

da construção do MAM. “Cansado de sua carreira

no funcionalismo público e da política inerente à

função, Reidy relutou em aceitar o projeto pelo

qual tanto lutou. Lota interveio procurando Reidy

e sua esposa, a engenheira Carmen Portinho. Uma

comissão foi formada com a integração do paisa-

gista Roberto Burle Marx, coordenada por Lota de

um barracão improvisado, instalado no próprio sítio

da obra”, conta o urbanista.

Vista aérea de parte do Aterro do Flamengo, no início

da construção, e do Museu de Arte Moderna

MAGAZINE CASASHOPPING

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