A
ravena já foi comparado por alguns jornalistas
ao herói Wolverine por causa do topete grisalho
espetado. A coisa mudou este ano, quando con-
quistou o Prêmio Pritzker, honraria máxima da arquitetura
mundial. Na prática, sua inteligência arquitetônica se vol-
ta para o homem comum. Quem melhor definiu o estilo
do vencedor do Pritzker foi Hashim Sarkis, decano do Mit
School of Architecture and Planning. “A maior parte do
trabalho de Alejandro Aravena, seja feita em grupo ou
sozinho, envolve um momento eureca, em que depois de
cuidadosa pesquisa com o cliente, o arquiteto vem com
uma resposta sintética e intuitiva para o problema”.
A Escola de Matemática da Universidade Católica do
Chile, em 1999, foi seu primeiro projeto. “Um matemá-
tico é uma máquina que transforma café em equações”,
diz Alejandro Aravena, que caprichou na cafeteria do lugar,
mas também identificou o corredor como uma oportunida-
de de design, “onde vemos as pessoas desaparecerem em
seus retiros particulares nas unidades de trabalho”.
Em 2006, o arquiteto ganhou a concorrência para aco-
modar 300 dormitórios e mais alguns serviços num projeto
para a St. Edwards University em Austin, no Texas. O edifí-
cio ficou pronto em 2008. Visto de fora, parece uma forta-
leza medieval com cobertura compacta de tijolos e janelas
estreitas, que protegem do calor da região. Um contraste
com o interior leve e transparente no jogo de janelas envi-
draçadas, fonte garantida de luz natural.
Alejandro Aravena
Foto: Tadeuz Jalocha
Dois trabalhos de Alejandro Aravena para a Universidade Católica
do Chile: o Centro de Inovação, de 1914 (ao lado) e a Escola de
Matemática, de 1999 (abaixo)
MAGAZINE CASASHOPPING
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