Magazine 56 - page 47

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Começo cada projeto a partir de esboços e aquarelas que
minha mão desenvolve em maneira quase autônoma,
dando expressão às minhas visões mais intuitivas e autên-
ticas. Eu não poderia imaginar um resultado semelhante
com o uso de um instrumento eletrônico.
Você disse que se arrependeu de ter aceitado a propos-
ta de lecionar na Universidade de Viena. Realmente ne-
nhuma nostalgia do tempo de professor, que inclusive
durou bastante, de 1983 a 2000?
Nenhuma nostalgia, realmente. Porque a vida é um
contínuo ensinar e aprender, especialmente para nós que
trabalhamos com a criatividade. Trabalhamos sempre em
equipe, assim mentes jovens e frescas encontram a rica
bagagem de conhecimento daqueles que exercem a pro-
fissão há tanto tempo.
Ettore Sottsass. Um encontro especial? Ummestre? Um
amigo? Como vocês se conheceram e qual é a sua lem-
brança mais marcante dessa relação?
Ettore foi, antes de tudo, um grande mestre para mim,
mas, certamente, também um amigo. Aproximei-me dele
em um aeroporto nos Estados Unidos, onde eu o vi por
acaso. Ele sugeriu que eu visitasse seu estúdio em Milão e
foi o que fiz. Eu não poderia imaginar que assim nasceria
o Grupo Memphis. É uma daquelas situações em que se
diz: nada como estar no lugar certo na hora certa!
Em 1981, você foi um dos fundadores do grupo
Memphis, que tentava romper com um design
considerado “frio”, inspirado na escola Bauhaus,
e que ainda hoje é considerado um dos agentes
mais revolucionários da história do design italia-
no. Como você vê, hoje, o trabalho que desenvol-
veu naquele período?
Após trinta anos, voltei a reconsiderar com atenção o pe-
ríodo do Memphis, e meus trabalhos de então, aos quais,
de qualquer forma, continuei fortemente ligado em todos
esses anos. Hoje, me atrai a livre experimentação daque-
les tempos, coisa que eu estou tentando resgatar próprio
no momento atual, com uma coleção que eu fiz para o
Salone del Mobile, que aconteceu em abril.
E quais foram essas novidades?
A coleção Matteo Thun Atelier, um projeto pessoal, em
que o meu design encontra artesãos italianos para criar
objetos como vasos e luminárias, esculturas grandes
e pequenas, em vidro e cerâmica. É uma nova aborda-
gem para o artesanato artístico, na qual o objeto nas-
ce de um diálogo entre a mão do artesão e a ideia do
designer. Nesse caso específico, eu pude trabalhar com
o grande mestre Zanetti, de Murano, e com Alessio
Sarri que, já nos tempos do Memphis, realizava cerâ-
mica para mim e com Bitossi, empresa que está cele-
brando o seu reconhecimento como empresa histórica.
Ed et autem fuga.
To to inctem que
reiur alitatur alita
neseriatin
Living do Punta Skala
Hotel & Spa, em Petrcane,
na costa da Croácia
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