Magazine 56 - page 105

PEQUENOS E GRANDES JARDINS SUSPENSOS
INTEGRAM OS PROJETOS DE FACHADAS
E INTERIORES COM EFEITOS MODERNOS
E SUSTENTÁVEIS
HELEN POMPOSELLI
U R B A N A S
T
udo começou com as imagens de grandes monumentos cobertos
pela vegetação que brotava dos roteiros dos filmes de ficção cien-
tífica. Depois, evoluiu para as fachadas de castelos que cultivavam
plantas trepadeiras em suas paredes externas. Até que veio o Museu do
Quai Branly para sedimentar uma estética que, no lugar de integrar a
natureza aos projetos de arquitetura, transformou a própria natureza em
material. E os jardins suspensos passaram a ganhar espaços em grandes
projetos, tornando realidade a antiga lenda da Babilônia.
Um dos exemplos mais recentes é o Museu de História Natural de
Xangai, inaugurado em abril. No projeto do escritório americano
Perkins+Will, está lançada a semente para os chamados
green walls
,
“muros verdes”. Ali, o arquiteto Ralph Johnson aplicou os jardins em
três dimensões diferentes da obra. A primeira, na cobertura de todo
o museu, onde um imenso gramado envolve o desenho em forma
de caracol. A segunda, na cobertura do átrio interno, em um efeito
dramático, que transforma a estrutura interna em uma autêntica obra
digna daquele museu. Por fim, no único muro de linhas retas do pro-
jeto, um
green wall
modelar, que deu ao prédio aquilo que Johnson
chama de efeito bioclimático. “Sistemas de evaporação e de controle
geotérmico controlam as temperaturas internas, pelo controle de ex-
posição do sol, chuva ou neve”, diz o arquiteto.
Não é necessário ir longe para contemplar esse tipo de jardim. Paris
começa a ganhar esse tipo de projeto em sua esfera urbana. O exem-
plo mais vistoso é uma das fachadas do Museu do Quai Branly, ins-
piração do botanista Patrick Blanc. Convidado pelo arquiteto Jean
Nouvel, que remodelou o museu em 2005, Blanc usou vasos e plantas
trepadeiras para cobrir 820 metros quadrados de fachada e outros
160 metros quadrados de área interna, em um impacto que entrou
na paisagem turística da cidade. Perto dali, na Rua Saint-Honoré, ou-
tro exemplo de uso de jardins suspensos nas áreas internas, como
na área do pátio do recém-remodelado Hotel Mandarin Oriental. No
projeto do escritório Wilmotte, o paisagista Neveux Rouyer não usou
trepadeiras, mas seis andares de contêineres com vegetação luxurian-
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