Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  85 / 180 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 85 / 180 Next Page
Page Background

Os endereços tradicionais da cidade, especial-

mente a “velha guarda das panelas”, colecio-

nam passagens maravilhosas, como a do filé à

francesa (outro

hit

local: não procure o prato na

França, porque não existe. Aliás, como o arroz à

la grega, que não existe na Grécia). Um funcio-

nário da embaixada francesa costumava frequen-

tar o tradicional Lamas, no Flamengo, almoçava

diariamente no restaurante. Parisiense, ele insis-

tia em pedir o seu filé com uma guarnição espe-

cial: com fritas, tiras de cebola e presunto e

petit

pois

, tudo junto e misturado. Não precisou muito

tempo para o prato entrar para o cardápio. Era o

francês adentrar o salão da casa, para o garçom

avisar para a cozinha: “Solta o filé à francesa!”.

Fez e faz história até hoje.

José Hugo Celidônio lembrava que o Rio acolheu a

corte portuguesa, foi capital, as embaixadas funcio-

navam aqui e isso se reflete claramente na culinária

da cidade. E recebeu imigrantes de vários cantos do

mundo, que trouxeram para cá seus doces, biscoi-

tos, frios, pães, pratos... Petrópolis, Penedo, Mauá,

Friburgo são a prova disso, dizia o chef, que nos

deixou no ano passado. Quando perguntei qual o

prato que melhor sintetizava a cozinha da cidade,

Celidônio não pestanejou: “Feijoada! É agrega-

dora, junta todo mundo e todos comem igual”.

Foto: Beto Roma

Foto: Eduardo Almeida

Abaixo, Caldinho de feijoada no copo, da chef

Andrea Tinoco. Ao lado, Feijoada em porção

individual e de carnes mais magras, da Deli 43

MAGAZINE CASASHOPPING

|

85