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Francisco Goya y Lucientes iniciou suas primeiras

encomendas realizando os esboços para tapeçarias da

Manufatura Real Santa Bárbara para decorar as várias

residências reais de Carlos III, época em que passa a

estudar a obra de Velázquez. A presença de política do

patronato esteve muito presente, e Carlos III confiou a

decoração do seu palácio a Giovanni Battista Tiepolo,

conhecido como príncipe do barroco, que estava

residindo na Espanha, e também convida o artista

Anton Raphael Mengs, que se tornou o primeiro

pintor do rei, uma espécie de ministro das Belas-Artes.

Em 1785, Goya foi nomeado diretor da divisão de

pintura da Academia de San Fernando e, em seguida,

obteve o título de pintor da corte espanhola. Sua

produção, inclui os retratos individuais e coletivos

da família real e de personagens que gravitam em

torno dele; as Touradas; a série dos Caprichos; a

série de desatres da guerra, antecipando o realismo

que encontramos nas obras dos franceses Gustave

Courbet e Honoré Daumier. Em 1814, produziu quadros

comemorativos da resistência espanhola, como o “2 de

Maio de 1808” e o “Fuzilamento de 3 de Maio”.

No século XVIII, nasceu um relativo interesse pela pintura

ibérica. Velázquez obteve sucesso após a sua morte, mais

precisamente no início do XIX. Até esse momento, suas

pinturas, situadas nos palácios e no museu do Prado, eram

pouco conhecidas fora da Espanha.

Dois de Maio de 1808 – Luta contra os Mamelucos,

1814, óleo sobre tela, de Francisco José de Goya y

Lucientes (Fuendetodos, Zaragoza, 1746- Bordeaux,

França, 1828), no Museu do Prado, em Madri

Édouard Manet tinha absoluto fascínio pela arte

produzida na Península Ibérica e foi fortemente

influenciado por Diego Velázquez. Afirmava que “sua

produção traz citações explícitas à série Tauromaquia

de Goya”. Em 1865, Manet visitou, durante vários

dias, o Museu do Prado, em Madri, e ficou de tal

forma entusiasmado com um quadro de Velázquez

que escreveu ao seu amigo Fantin-Latour: “Velázquez,

por si só, justifica a viagem. Os pintores de todas as

escolas que o rodeiam no Museu do Prado e cuja obra

ali está representada parecem meros aprendizes”.

E conclui: “Velázquez é o pintor dos pintores”. Os

temas espanhóis são recorrentes na sua produção

como a pintura “O Balcão”, inspirada na obra “Majas

no Balcão”, de Goya. Entre as suas obras que detêm

os elementos da pintura de Velázquez, podemos

mencionar: “Lola de Valencia”, “O Cantor Espanhol”,

“Jovem Homem em Costume de Majo” e as telas

expostas no Salão dos Recusados de 1863: “Bailado

Espanhol” e “Mile V em Costume de Espada”.

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