Magazine 57 - page 108

E não é de hoje. Nos Estados Unidos, por exemplo, em
1993, o governo decidiu fazer um selo para homenagear
Elvis Presley. E encomendou ilustrações do ídolo em duas
fases, no início da carreira e já mais maduro, para que o
público decidisse qual preferia. Venceu o primeiro mode-
lo, que foi emitido e teve 500 milhões de exemplares ven-
didos, sendo que só 150 milhões deles foram efetivamen-
te usados em postagens. A ideia rendeu ao United States
Postal Service 145 milhões de dólares, mais de três vezes o
valor investido, de 43,5 milhões de dólares. “Também tem
selos com cheiro, em braile, com raspadinha, com uma
semente dentro... Ou seja, uma coisa que a gente acha
que é obsoleta tem temas diferentes e abordagens mais
modernas. Existe interesse e visibilidade, o que também
torna o produto filatélico viável”, garante Fabio.
Em 2001, a Suíça produziu deliciosos selos inspirados
em seus chocolates. Eles vinham em pequenas folhas
com os selos formando uma barra, com sua embalagem
de alumínio aberta em volta, e o cheiro do chocolate. “E
mais: havia a opção (produção limitada) de adquirir uma
embalagem sofisticada contendo a folha e uma barra de
chocolate de verdade junto, idêntica a ela! Comprei duas.
O chocolate tinha validade, e fui obrigado (!!!) a comê-
-lo aos pouquinhos”, conta o arquiteto, pesquisador do
assunto e professor de design da UniverCidade, Aldemar
d’Abreu Pereira, de 73 anos. Segundo Aldemar, todo o
valor do selo está no design. “Coleciono selos há mais
de 50 anos pela beleza gráfica deles. E só selos novos,
sem carimbos que possam cobrir as imagens. Nunca me
interessei em ter um ‘Olho de boi’ (primeiro selo brasilei-
ro), por exemplo. Ele até é graficamente bem resolvido.
Parece mesmo um olho de boi, e não tem escrito Brasil,
só o número de reis que valia: 30, 60 e 90. Mas não é o
que busco num selo”, explica Aldemar, que sempre traba-
lhou com design gráfico e, além do objeto em si, procurou
aprofundar-se na produção dele. Tanto que estagiou na
gráfica suíça Courvoisier (que fez os selos de chocolate),
“O selo é uma forma
de contar a história
do país a cada ano”
Bloco com selo em honra a São Gabriel, de 1973,
em arte em baixo relevo de Biaggio Mazzeo
Nas gravuras de
Pietrina Ceccacci,
os selos para o Dia
Nacional de Ação
de Graças de 1976,
eleitos os mais
bonitos do mundo,
no ano seguinte
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