

Meio século depois do plano
Lúcio Costa de ocupação
da Barra, equilíbrio entre
arquitetura e ecologia é tido
como um dos grandes legados
Divulgação Carvalho Hosken / Editora TIX
Fotos cedidas por Nair de Paula Soares
Livro Antevisão Urbana uma visão Humana
Luciana Calaza
“
O
que atrai na região é o ar lavado e agreste,
o tamanho – as praias e dunas parecem não
ter fim – e aquela sensação inusitada de se
estar num mundo intocado, primevo. Assim, o primeiro
impulso, instintivo, há de ser sempre o de impedir que
se faça lá seja o que for... Mas, por outro lado, parece
evidente que um espaço de tais proporções e tão aces-
sível não poderia continuar definitivamente imune,
teria mesmo de ser, mais cedo ou mais tarde, urbani-
zado. A sua intensa ocupação é, já agora, irreversível”.
Em 1969, o arquiteto Lúcio Costa era convidado pelo
governador do Estado da Guanabara, Negrão de Lima,
a preparar o plano piloto para a Baixada de Jacarepaguá,
uma área que deveria formar o novo centro da cidade do
Rio. No prefácio do plano, ele admitia o embate interno
entre preservar a natureza e edificar. Meio século depois,
apesar das desvirtuações do projeto original, o equilíbrio
entre arquitetura e ecologia na Barra da Tijuca é tido
como um dos grandes legados de Lúcio Costa.
Abertura do túnel do Joá. Luiz Alberto Cavalcanti (1º
à esquerda), Luiz Augusto Boisson Santos (olhando
para cima), Hugo Accorsi (de costas) e técnicos com
Negrão de Lima e Raymundo de Paula Soares
Lúcio Costa
Acima, Av. das Américas, em 1984, já com o
condomínio Nova Ipanema construído. Ao lado, início
das construções da Barra da Tijuca, com o estande de
vendas do condomínio Barramares. Ao fundo, vista da
Pedra da Panela em 1976
Paolo Gasparini/Divulgação
MAGAZINE CASASHOPPING
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