O gato acima se chama Chico. Atualmente, ele está dividido entre dois amores...
Na foto ele está confortavelmente refastelado sobre um tapete da Trama Tapetes. Ele havia escolhido esta loja como residência diurna, e se instalava onde bem desejava – na vitrine, no meio da loja, sobre a impressora ou esticado numa pilha de tapetes. Saía para dar uma volta no shopping, jogar seu charme para os passantes, sempre blasê - gato sendo gato. Usufruía não apenas do conforto e qualidade dos tapetes da marca, mas também do carinho com que tanto a dona da loja quanto toda a equipe dispensavam a esta fofura.
Digo que Chico está dividido porque, em um de seus passeios, ele descobriu os tapetes da Avanti Tapetes. E ele, como um gato de fino gosto, resolveu experimentar a maciez deste tapete acima, situado à entrada da loja. Tirou um cochilo, e agora ele pula de uma loja para a outra, experimentando o melhor de dois mundos, em produtos diferentes, mas todos com a qualidade que só um gato de fina estirpe conseguiria encontrar. Chico é chic, gosta de conforto, carinho, tranquilidade. E me inspirou a fazer um texto sobre as coisas que deixam meu gosto e minha vontade divididos.
A torneira acima, por exemplo, da Empporium Frei Caneca. A cor-de-rosa é linda, original, um sopro de frescor e juventude que pode deixar qualquer cozinha mais bonita. A preta já é um clássico, elegantíssima, neutra, versátil. Mas entra as duas, meu coração balança...
Preto é uma cor que adoro em cozinhas (inclusive já tive uma cozinha com piso, paredes e persianas pretas, mas não recomendo mais – tente fazer gnocchi em uma cozinha toda preta, depois me conte o resultado...), mas rosa é uma cor linda para este espaço, um sopro de ousadia que muito me atrai. Continuo dividido...
O mesmo sentimento tenho em relação aos dois acabamentos acima, da Tanto. A primeira opção, mais divertida, lúdica, romântica, originalíssima, me arrebata tanto quanto a segunda, uma padronagem natural, da linha Atlântica da Tanto. Este porcelanato traz as características da madeira para qualquer projeto, e ele parece realmente madeira, com as vantagens do porcelanato. E eu fiquei dividido entre o colorido suave de um revestimento e o rigor geométrico natural do outro...
A poltrona de Charles e Ray Eames é um clássico absoluto. Tenho uma em minha casa que já data de mais de 3 décadas, e o couro envelhecido cuidado com muito carinho está cada vez mais lindo, e esta poltrona não apenas consta em acervos sobre design mundo afora, como não prescinde de uma qualidade indispensável em uma poltrona – é extremamente confortável. A poltrona e o puff foram lançadas em 1956. Na época, não havia nada igual no mercado, e não é surpresa que seu design continue atual e desejado até hoje. Este produto, produzido pela Herman Miller, é do acervo da Novo Ambiente.
Na mesma categoria, e com conforto similar, temos a poltrona Lala (foto acima), da Estudio Bola Ela pode ter encosto em palha ou totalmente estofada, e é uma obra de delicada marcenaria, impecável em sua estrutura. Eu tive a sorte de ver a produção deste produto, e fiquei maravilhado com a junção tecnologia + handmade que esta poltrona carrega em sua construção. Entre um amor antigo (a Charles Eames que me acompanha há anos) e um novo – a Lala – meu coração fica dividido...
Eu sou um apaixonado pela obra do artista Rubem Valentim. Este artista baiano foi pintor, escultor, gravador, professor, e é considerado uma das referências no construtivismo brasileiro. No caso das gravuras acima, da Fast Frame, meu coração fica tão dividido que sou incapaz de escolher uma. Mas esta é a melhor das indecisões – eu ficaria com as duas, sem nenhum problema. Teria que encontrar um espaço em minhas paredes, já estão meio cheias, e eu tenho apego a todas elas, teria que mudar totalmente algum espaço para colocar estas obras. Mas também este é o menor dos problemas.
Assim como não consegui escolher entre as duas sobremesas acima, do Juliette Bistrô. Uma é uma versão gourmet do Romeu e Julieta, famosa sobremesa mineira, que leva goiabada e queijo. Aqui, esta combina queijo canastra, creme de goiabada, mousse de mascarpone e uma farofinha crocante deliciosa. A outra é fresca, leve, de sabores suavemente con0trastantes, e entre uma e outra eu não tive dúvidas – pedi uma e sugeri a outra para meu companheiro de mesa, e acabei experimentando as duas. Eu confesso que adoro goiabada, sou maluco por goiabada, portanto minha escolha não foi tão difícil. Mas as duas sobremesas são maravilhosas.
Estar entre dois amores pode ser difícil. Mas as escolhas acima mostram que, embora pode ser difícil, é muito agradável estar dividido entre estas escolhas...