Em meu discurso frequente sobre o uso das cores no universo do design de interiores e da arquitetura, muitos acreditam que eu sou contra as cores neutras ou o branco. Não seria maluco de ser preconceituoso contra esse recurso, até já fiz certa vez uma capa para uma revista totalmente branca, com tapete branco, móveis brancos, uma belíssima escultura branquíssima de Emanoel Araujo e até um coelho imaculadamente branco saltitando neste cenário. Mas sou adepto da famosa frase do escritor Nelson Rodrigues sobre unanimidade...
A nova loja da Estudio Bola, no Casashopping, por exemplo, faz uso do branco com extrema propriedade, e o sofá acima, desta marca, é um exemplo belíssimo da utilização desta cor angelical.
Recentemente, a Dimlux lançou a linha VIttro, cuja foto acima corrobora o uso do branco como elemento estético de incontestável resultado. Esta cor, utilizada como plataforma reflexiva da iluminação, permite que o ambiente tenha uma aparência mais quente ou mais fria, dependendo da tonalidade da lâmpada. Eu prefiro sempre os ambientes que utilizam lâmpadas de cor quente (mesmo na cozinha), mas é uma questão de gosto. A casa, sob uma iluminação fria, realmente não me apetece, os contrastes ficam minimizados, os detalhes sutis desaparecem e, em contrapartida, os falhos ressaltam aos meus olhos.
Já que falei da cozinha, o projeto acima, completamente branco (com exceção dos objetos, que se destacam naturalmente sobre essa base neutra), saiu das pranchetas e da fábrica da Evviva. Extremamente prático, solar, deve ser muito gostoso trabalhar em uma cozinha com esta aparência. Eu já tive uma cozinha totalmente negra no passado, aberta para o living, e era linda – mas impraticável sob alguns aspectos. Fazer algo que utilizasse farinha de trigo era uma catástrofe, parecia que as paredes e persianas absorviam este material – provavelmente nunca mais em minha vida utilizarei esta cor em uma cozinha minha, espaço onde passo boas horas por semana.
O espaço acima foi composto inteiramente com produtos da Artefacto, que inclusive tem um portfolio de tecidos desta cor bastante amplo. O excesso de branco me atrai neste ambiente, é bastante cenográfico, e atinge um maior número de pessoas do que se fosse de uma outra cor, afinal o uso desta cor na decoração é de grande aceitação. Inclusive a Mostra desta loja mostra vários espaços com o uso recorrente do branco, vale a pena uma visita para ver as infinitas nuances de branco possíveis dentro de casa.
Eu adoro os tapetes coloridos da Galeria Hathi, mas não resisti à este tapete desta marca, em relevo forte, um branco cheio de texturas e nuances. Claro que o ambiente acima oferece uma aparência mais quente em virtude do uso da madeira e do couro nesta cor, o uso total do branco sempre deixa o ambiente um pouquinho mais frio, mesmo com iluminação adequada. Mas um tapete branco como este deve ser como pisar nas nuvens, e só de pensar nesta imagem eu já cedo à tentação desta cor...
Da Trançarte extraí o produto acima, e para quem pensa que móvel de exterior branco suja, já vou explicando – é mais seguro limpar um móvel branco do que um de cor. O branco em fibras (tecidos, cordas) geralmente é produto de um alvejamento, então corre-se menos o risco de manchar uma superfície branca limpando corretamente e com os produtos adequados, do que uma de cor. Eu já tive dois sofás com capa de algodão, imaculadamente brancos, e meus cachorros, à época, subiam nestes sem nenhuma cerimônia – o que fazia com que eu tivesse que mandar lavar estas capas com certa frequência, sem prejuízo da integridade física destas.
A cobertura Romana FP500, da Guilha, na foto acima, (um produto da Hunter Douglas) deixa transparecer uma luminosidade muito agradável, e seu perfil ondulado cria um desenho extremamente interessante. Sua fabricação utiliza os mais modernos recursos e matérias primas, um desenvolvimento da marca para locais de intensa insolação, criando não apenas proteção e conforto, mas proporcionando beleza ao mesmo tempo. Design pensado em seus mínimos detalhes...
Conforto absoluto é a proposta destas poltronas da ProUp House, brancas como nuvem. O desenho destas poltronas é de uma simplicidade desconcertante, dois volumes que parecem se apoiar de forma suave, quase etérea, em belíssimo resultado tanto estético quanto ergonômico. Eu sou fã de poltronas de pequeno porte, teria várias em minha sala de estar, dos mais variados modelos, origens e épocas. Na minha versão, seriam coloridas, claro, mas não é o tema deste post...
A proposta da marca Shopping Matriz para um escritório jovem, funcional, prático e com possibilidades infinitas de variações segue a cartilha do branco como base. Este tipo de solução se adequa a infinitos tipos de atuação corporativa, sejam escritórios, consultórios, ou até um home office - a neutralidade desta proposta atinge um grande número de projetos distintos com muita facilidade. E esta empresa possui em seu portfólio uma variedade muito grande de produtos para atender às necessidades do mercado, impossível não encontrar a melhor solução para seu projeto no Shopping Matriz.
E finalizo este post com essa imagem que fiz na loja de meus amigos Pedro e Luiz Fernando, da Studio Grabowsky. Eu me apaixonei por este vaso em cerâmica branquíssima, coloquei o outro objeto branco à frente apenas para compor, mas nem precisava – a força do desenho e da proposta deste vaso se basta. Eu sou um grande admirador de cerâmicas de toda sorte, inclusive sigo vários perfis de ceramistas das mais diversas vertentes e origens, sempre penso em fazer um curso de cerâmica para tentar moldar esta matéria prima e fazer do barro algo com esse caráter e beleza, mas então penso e deixo isto para os verdadeiros criadores e/ou criativos, e me contento em admirar e louvar a capacidade destes em transformar essa matéria prima tão simples em objetos de tamanha beleza.
LI certa vez que o branco “...é a calmaria da alma”. Pode ser, nunca discuto com poetas. O branco é o sinal clássico da paz, e eu particularmente me sinto em estado de graça quando vejo uma única nuvenzinha branca flutuando em franco contraste no céu azul