Sempre gostei de neurologia, acho os caminhos deste assunto fascinantes – e, para quem não conhece, recomendo firmemente um livro de Oliver Sacks – O Homem que confundiu sua mulher com um chapéu. Sacks foi um renomado professor de neurologia e psiquiatria na Universidade de Columbia, e um escritor de sucesso, onde contava os casos de desvios ou problemas derivativos de questões neurológicas com leveza e até humor. E, neste campo, recomendo um livro recente – A História Íntima da Dopamina, de meu amigo Lucio Huebra, jovem neurologista que, junto com o Dr. Taki Cordás, professor de psiquiatria da USP, ousa contar a “biografia” de uma substância química – a dopamina – que é responsável ou co-autora de quase todas nossas atividades cotidianas. E o dr. Lucio também é especialista em medicina do sono. E esse assunto me inspirou a fazer este post, sobre a importância do bom dormir, para que possamos manter nossa saúde nos melhores níveis possíveis. E abro esta matéria com o quarto acima, da Vivence, em cores claras, suaves, texturas das mais diversas e iluminação estudada.  

É inegável que a qualidade das instalações influencia positivamente o ato de dormir. Algum tempo atrás, numa viagem cujo trecho aéreo foi cancelado, fiquei hospedado em um hotel cuja decoração tinha requintes de crueldade estética de tal monta, que não consegui relaxar um segundo. O contrário do conforto explícito contido na foto acima, em uma cama montada na vitrine da Artelassê, com lençóis super macios, vários travesseiros e uma composição cromática que induz ao relaxamento através do conforto – e bom gosto, claro. Ao fazer esta foto, resisti bravamente em me jogar nesta cama e tirar um cochilo, juro...

Esta loja tem uma linha de roupa de cama/banho e acessórios de primeira qualidade, tudo suave, fofinho, elementos pensados para causar o maior nível de conforto possível. E as cores seguem essa cartela, em tons suaves em texturas das mais diversas. O cobertor rosa clarinho, da foto acima, é um daqueles artigos que as blogueiras consideram um must have. Só que, ao contrário da maioria dos itens que estas blogueiras indicam, este realmente é um must have, pois dormir com um cobertor quentinho, macio e lindo como este, faz bem tanto ao corpo quanto à mente. Mens sana in corpore sano...

Outro artigo que ajuda ao ato de dormir é a linha de aromas para a casa, também da Artelassê. Eu tenho o hábito de borrifar um pouquinho destes aromatizadores de ambiente no quarto, pouco antes de deitar-me. Um hábito adquirido por cara-metade, e que ajudou muito no meu dormir, confesso. Alguns aromas promovem sensações relaxantes, e – vamos assumir – dormir num quarto perfumado é uma sensação muito gostosa. Especialistas dizem que o olfato é nosso sentido mais primitivo, o que primeiro sentimos a entrar em um ambiente. Então vamos potencializar essa sensação...

Claro que não podemos esquecer da importância de um colchão de qualidade. Para atestar isso, dei um pulo na Ortobom, e testei praticamente todos os colchões da loja...e confesso que fiquei na dúvida de vários. A tecnologia deu avanços significativos neste segmento, e é impossível você não encontrar o colchão perfeito para o seu corpo, suas necessidades. Saímos de um período em que os colchões eram todos duros – o conceito era de que este tipo de colchão era o mais adequado para qualquer tipo de corpo – para os colchões praticamente personalizados, com quocientes diferentes de intensidade, maciez. Eu fiquei na dúvida mesmo, pois vários me pareceram bastante desejáveis, muito “dormíveis”...rs

Uma poltrona para leitura antes de dormir é muito bom. Eu descobri isso recentemente, em um hotel no exterior – em vez de ficar lendo na cama, fiquei refastelado numa poltrona absolutamente confortável e aconchegante, e quando o sono começou a atrapalhar a leitura, pulei para a cama sem a necessidade de nenhum “tarja preta”. E eu adorei a poltrona com puff acima, da LZ Studio, desenho do Estudio Bola. Tem as características do melhor do mobiliário brasileiro, dentro dos conceitos contemporâneos de se usar um móvel. Esse encosto alto, com a almofada para a cabeça fixa, é um acerto tanto em termos de forma quanto de função. E é linda, elegante, quase sensual em suas curvas de madeira, impecável em todos os sentidos.

Um quarto tem que ser agradável em todos os sentidos. E a maciez ao se sair da cama e pisar num tapete destes, da Galeria Hathi, é fundamental para compor esse cenário de conforto “dopamínico” (não resisti, confesso...). Eu adoro tapetes, e estes são extremamente macios, práticos e elegantes em suas padronagens e texturas discretas. No momento em que passei pela loja para tirar essa foto, eles estavam com um preço bastante acessível (notem a etiqueta cortada no canto da foto...), provocando meu lado consumista de design e de bons produtos com força. Como estou fazendo uma nova casa, antes mesmo de definir alguns acabamentos, já separei um tapete deste acima. Não ia perder a oportunidade de ter um excelente produto por um preço acessível ao meu orçamento.

E, como nem tudo é conforto tátil ou olfativo, eu adorei a escultura do ursinho acima, da Ekko Home. O lúdico deve acessar alguns canais emocionais que nos tornam mais calmos, e/ou felizes. Esse ursinho ficaria lindo no meu quarto – apesar de ser um jovem senhor, acredito em aceitar elementos de outras épocas – a infância, no caso – para nos proporcionar momentos menos tensos, mais tranquilos, quase infantis.

Esse post começou com um neurotransmissor e terminou com um ursinho fofo. Realmente, as infinitas ligações que o repertório permite são minha área de atuação preferida...