Diz a lenda que a Poltrona Mole, de nosso designer maior Sergio Rodrigues, só caiu no gosto popular (apesar do preço,que não é popular...rs) após uma estrela da Broadway tirar uma foto sentada nela. Lenda ou não, ela – a poltrona - foi responsável por catapultar o nome do designer no cenário mundial, e literalmente colocar o design brasileiro no mapa. O Jornalista Sergio Augusto chegou  escrever no jornal O Globo em 19777 que a poltrona Mole “...foi a resposta que tínhamos para dar à tirania da Bauhaus...”. Estruturada em madeira com sua tapeçaria literalmente largada em cima desta, ela é a mais perfeita tradução do pensamento de Sergio Rodrigues, que assinou vários produtos disponíveis no mercado. E continua atual , preferida de nove entre dez designers de interiores, e você pode adquirir a sua na Arquivo Contemporâneo (@arquivocontemporaneooficial).

E é essa matéria prima – a madeira – que mais faz sucesso no exterior, pois temos tradição e matéria prima abundante para tanto. E os designers continuam desenhando muitas peças em madeira, pois sabem que o mercado nacional também tem uma predileção por esta matéria-prima, sempre dentro dos ditames de exploração controlada, com vernizes não poluentes à base de água e o mínimo de interferência na superfície do produto. É o caso do designer Luan Del Savio, autor da mesa acima, exclusividade da Ovoo (@ovoobrasil), uma mesa maravilhosa, com seis pés aparentemente desconexos, tampo chanfrado dando leveza ao produto, um acerto de desenho em um produto absolutamente estável e bem construído. A foto acima é do meu colaborador maior Salvador Cordaro, um fotógrafo que sempre sabe interpretar meus desejos estéticos. Eu simplesmente adoro as linhas de sombra provocadas pela luz no chão da foto e as linhas dos pés quase “acesas, uma licença poética a que os diretores da Ovoo me permitiram fazer. Sei que sou suspeito, mas não ficou lindo?

Desta forma, a madeira hoje, com sua aparência natural, não coberta por lacas ou outro tipo de revestimentos, está mais em alta do que nunca. E isso é mais que uma opção estética, é um mandamento da matéria-prima. E os designers, que são antenas do que está acontecendo ou vai acontecer no mercado, se esmeram em produtos em que a madeira se impõe – como no caso do carrinho acima, super delicado, da Arquivo Contemporâneo (@arquivocontemporaneooficial), design de Gisele Simas. Seu fechamento lateral em ripinhas de madeira remete ao melhor de nossa marcenaria histórica, quando tínhamos escrivaninhas e armários que se utilizavam deste princípio. Rever conceitos e transportá-los para o presente é um dos trabalhos mais difíceis que os designers podem encarar, mas quando o fazem, o acerto é certo, como no produto acima, de inquestionável originalidade.

Falando em originalidade, a cadeira Plié, da designer Rejane Carvalho Leite para Arquivo Contemporâneo, é outro destes produtos, onde vemos o máximo de design com um mínimo de informação. Suas linhas remetem ao balé segundo a designer (por isso o nome...), e ela consegue conjugar forma e função de forma exemplar. Geralmente o que mais vemos em uma cadeira são suas costas, e aqui a designer se esmerou em fazer das costas o ponto focal do produto, de forma leve e quase sensual. 

A madeira tem a vantagem de ser estrutural, portanto o desenho de um produto fica mais aparente quando se utiliza deste material. A poltrona Turim Balanço, da Nature Design (@naturedesign.br) evidencia este conceito, a poltrona inteira se apóia nos braços estruturais, novamente um produto com o mínimo de informação e o máximo de resultado. E a cadeira de balanço habita nosso breviário emocional, remete a tempos mais calmos e prazerosos, antes da urgência dos tempos das redes sociais, quando dois dedinhos de prosa eram corriqueiros, quase fundamentais.

E a madeira se permite ser torneada, torcida, emendada, sem prejuízo de sua aparência final. A dupla de designers sob a alcunha Latoog explora bem estas qualidades na poltrona Astral, também da Nature Design. Essa sinuosidade sensual que a madeira permite é um dos grandes diferenciais desta matéria prima, sua organicidade visível e nada artificial reforçada pelo desenho. Tenho em casa uma poltroninha em Jacarandá, uma de nossas madeiras mais nobres, de autoria de Joaquim Tenreiro. É uma obra de ourivesaria, levíssima, contemporânea apesar de ter quase 70 anos, e esta é outra característica dos bons produtos em madeira – continuarem modernos por toda a vida. A própria poltrona Mole é um exemplar disto, pois foi criada em 1957, um período muito profícuo para a marcenaria de móveis no país.

Em suma : a madeira é um luxo. O produto mais simples, como o sofá acima, da Bazzi (@bazzimoveis) ganha mais personalidade e peso com o uso deste material, deixando nossas casas mais charmosas. Além de tudo, a madeira “in natura”  é um material de facílima manutenção e literalmente agüenta qualquer parada, pois mesmo quando danificada pode ser recuperada. Como todo material ainda vivo, necessita dos cuidados básicos – limpeza sem produtos abrasivos, hidratação de vez em quando, em suma – a madeira precisa de carinho e atenção, como tudo em casa.

Atualmente, a madeira é quase onipresente em todo e qualquer bom projeto de interiores, seja na forma de móveis, seja em revestimentos de paredes e tetos, pisos, divisórias, armários – a madeira é um estatuto, deixou de ser uma matéria prima. Ela mistura-se a outros elementos com categoria e qualidade – veja o conjunto acima, também da Bazzi Design, que comprova esta teoria – aquece visualmente os ambientes e confere status de qualidade a qualquer ambiente. E as lojas do Casashopping estão cheias de produtos para deixar sua casa ainda mais up to date. Venha conferir, estamos sempre nos esmerando em oferecer o melhor para você e sua casa.