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O Mestre Volpi

Wair de Paula, Jr.



Alfredo Volpi (1896>1988) foi um pintor ítalo-brasileiro (nasceu em Lucca, na Itália) e é considerado pelos estudiosos e pela crítica como um dos mais importantes artistas da segunda geração do modernismo brasileiro. Sua obra é – apesar de suas origens italianas – um marco da expressão da brasilidade, com as bandeirinhas que evocam as festas juninas, as fachadas dos casarios típicos brasileiros e as imagens sacras. Era um mestre da têmpera (uma técnica onde pigmentos – ou corantes – são misturados a um aglutinante, geralmente clara de ovo ou o ovo inteiro com água), técnica difícil dominada por poucos.


(serigrafia, 1/24, medindo 48 x 71 cm)

Sua produção foi extensa, executando murais, afrescos e pinturas. E parte desta produção – as gravuras – pode ser vista na Galeria Dom Quixote (www.galeriadomquixote.com.br), e esta é uma oportunidade única para se deparar com uma parte do melhora da história da arte brasileira, com o acréscimo da oportunidade de ter uma obra deste importante artista a preços acessíveis – visto que suas pinturas atingem cifras milionárias.


(Serigrafia P.A., medindo 70 x 50 cm)

Volpi era um exímio colorista, e este fato pode ser comprovado na seleção de obras escolhidas pela Galeria. A maioria das obras explora os temas fachadas, mastros e bandeirinhas – mas tem uma gravura desta exposição pela qual eu faria coisas obscenas para ter: uma de sua fase mais concreta, onde uma sequência de bandeirinhas brancas e rosadas flutuam sobre um fundo azul intenso. Ficaria linda na minha casa...

 
(serigrafia, 113/200, medindo 80x50,5)

Existe um painel de Volpi imenso em uma unidade de um banco carioca, que congrega uma história por trás de sua existência: em plena praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, uma parede curva exibe um imenso painel com bandeirinhas e mastros, e no canto inferior a assinatura deste artista. Mas o descaso pelo patrimônio brasileiro permitiu que abrissem uma porta na parede, furassem o painel para colocar tubos e tomadas, e colocassem uma parede perpendicularmente ao painel, “dividindo-o” em dois, uma prova do descuido com que tratamos nossos artistas e patrimônio cultural. 


(serigrafia, 79/200., med. 80 x 64 cm)

 

(serigrafia, P.A., med. 71 x 50 cm)

Então , faça sua parte – visite a exposição, adquira uma obra se puder, e tome conta direitinho desta – é um patrimônio artístico, cultural e material. Além do prazer de conviver com uma obra deste artista.


(serigrafia, 3/100., med. 26 x 35 cm)


(serigrafia,188/200., med. 48,5 x 63,5 cm)


Wair de Paula, Jr.

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