Abrimos este post com uma piscina de tirar o fôlego – projeto do mundialmente conhecido decorador Jacques Garcia, esta é a piscina do Hotel Mamounia, em Marrakesch. Estar neste espaço é sentir-se imediatamente transportado a um cenário de filme, com James Bond impecavelmente vestido esperando ser atacado por uma vilã sexy enquanto toma um dry-martini perfeito.
As piscinas indoor exigem muito mais trabalho para ficarem bonitas e atraentes, do que as instaladas ao ar livre. Já morei em um apartamento em São Paulo, no 14º andar, que tinha uma piscina coberta, junto à um living na cobertura. Fora a preocupação do cheiro de cloro que as vezes invadia o ambiente, e a limpeza contínua, pelas dimensões dava uma certa impressão de uma imensa banheira de pastilhas brancas e azuis – mas chamava a atenção nas festas que eu dava.
Aqui, uma amostra de como uma piscina bem feita pode ficar horrível – fazer um cenário de peixinhos tartarugas polvos como se o ocupante estivesse no fundo do mar (fora a escada absolutamente mal colocada) é a certeza de dinheiro mal aproveitado – com resultados muito, muito equivocados.
A seguir, uma seqüência de piscinas indoor muito mais acertadas do que a acima – onde os conceitos de proporção, acabamento e iluminação são desafiados para um bom resultado.
Uma área grande, paisagismo indoor adequado, um formato irregular, esta exuberância no exterior que invade o espaço – esta piscina tem cara de ter tido um alto custo, mas com resultado a altura.
Ao fundo, montanhas nevadas. Aqui dentro, o conforto d euma piscina de apelo mediterrâneo, mas com bom resultado – e o auxílio de uma pequena queda d´água. Deve ser muito gostoso estar confortavelmente instalado neste espaço, vendo a neve ao fundo.
Contemporaneidade e limpeza de linhas – a iluminação zenital que “lava” a parede, a proporção alongada, uma economia de elementos (até demais, falta alguma coisa aí...rs).
Uma raia com o que os americanos chamam de “wow factor” – linda,com o mármore ao longo de seu comprimento.
Ligeiramente claustrofóbica, mas chic até o tutano, essa raia tem a iluminação perfeita, e deve provocar alguma alteração sensorial em virtude do som e das sombras provocadas nestas paredes. Lindo.
no campo da arquitetura – o projeto de Peter Zumthor, ganhador do Pritzker Prize (também chamado de “o Oscar da Arquitetura), para as Termas de Vals, na Suíça, inteiramente “montada” em placas de quartzito da região, é um projeto que explora a arquitetura sensorial em seu potencial máximo.
Eu sou fã confesso da arquitetura de Zumthor, ele sempre enxerga a arquitetura de interiores como espaços que provoquem novas sensações, e isto é um oásis num panorama de inúmeros projetos padrões que vemos atualmente. Usar a arquitetura de interiores para promover uma nova comunhão do homem com o espaço – ou consigo mesmo – é coisa para grandes. Oxalá os profissionais percebam isto cada vez mais.
Wair de Paula Jr.