Magazine 57 - page 92

Atualmente, o Brasil ocupa uma posição ainda tímida,
segundo dados da FAO – Organização de Agricultura e
Alimentação da ONU. Mas é uma das que mais cresce.
No paladar, inclusive. Já se foi o tempo em que se pedia
só um azeite. Hoje, perguntamos ao garçom se há algum
azeite melhor daquele que está na mesa. A resposta vem
na iniciativa de muitos restaurantes que fizeram mostru-
ários, bandejas inteiras e até cardápios dedicados aos
azeites. É o caso da Mamma Jamma, uma das melhores
pizzarias do Brasil, que oferece esse privilégio em sua casa
recém-inaugurada no CasaShopping.
E não é um privilégio qualquer, já que a seleção foi de-
finida por um autêntico sommelier de azeites, o expert
Marcelo Scofano, que mantém na carta da casa não so-
mente uma seleção para os diferentes tipos de pizza como
também para outras especialidades como as focaccias.
Outro exemplo, também no CasaShopping, é o do Ráscal,
que, além de pizzas, conta também com uma série de pra-
tos, especialmente saladas, que pedem diferentes tipos de
azeites – a casa conta com mais de 20 rótulos diferentes.
E quem fala em rótulo volta a associar o azeite ao vinho.
E de duas formas. Uma, na forma de degustar; outra, na
quantidade degustada – o óleo de oliva pode ser um breve
contra a ação rápida do álcool. Quem diz isso é o inglês
Charles Quest-Ritson, maior autoridade mundial na igua-
ria e autor do Azeite – Guia Ilustrado Zahar, onde traz
revelações tão adoráveis quanto surpreendentes. Por trás
da sua experiência com mais de três mil rótulos diferentes
de todas as partes do mundo, ele quebra uma série de mi-
tos. Um deles, o de que as mulheres, não os homens, têm
o paladar mais apurado para degustar um azeite. Outro
deles é a degustação com pão, que ele indica pelo prazer,
mas contraindica pela técnica. “Interfere no sabor”, afir-
ma o expert, que faz as suas provas de porções mínimas
em copos de vinho do porto. E sempre com uma fatia de
maçã verde ao lado, para limpar o paladar.
Os azeites portugueses são nossos velhos conhecidos.
Quando chegaram à futura Lusitânia, os romanos exclu-
íram aquelas terras da pecha de “bárbaros”, já que en-
contraram aquilo que consideravam a marca dos povos
civilizados: o azeite e o vinho. Hoje, é fácil encontrar nas
bandejas dos restaurantes os rótulos de óleos com as gri-
fes das mais importantes vinícolas. É o caso da Herdade
do Esporão, do Carm, do Cortes de Cima, de João
Portugal Ramos, além de quintas como as do Crasto, das
Carvalhas e do Passadouro, só para citar alguns dos ven-
cedores do Concurso Nacional Azeites de Portugal.
Foto: Marcio Irala
Display de azeites do Mamma Jamma. Em primeiro plano, um dos primeiros azeites brasileiros
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