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O Natal bate à sua porta

Wair de Paula, Jr.



Tradicionais, contemporâneas, fofinhas, cafonas...presente na maioria das portas e lares durante o mês de dezembro, a Guirlanda de Natal é um dos símbolos natalinos mais famosos. Este que vos escreve adora, e lembro-me de um tempo muito no passado onde eu passava noites de outubro e novembro na cozinha de minha casa, tomando café e fazendo guirlandas que mais tarde venderia (o que salvava os meses de janeiro e fevereiro, geralmente muito fracos no segmento em que eu atuava então). 

 

Mas...será que todos os que colocam este símbolo em suas portas sabem o que ele significa? 

Vamos aos fatos: a origem da guirlanda (ou coroa) natalina antecede ao cristianismo. Os gregos , no princípio da civilização propriamente dita, colocavam um ramo de plantas em formato de coroa à entrada de suas casas, como um sinal de boas-vindas dedicado aos deuses. Desta forma, eram considerados símbolos sagrados, e por isso eram feitos com ramos de pinheiros e outras árvores ou plantas consideradas poderosas.

E na Roma antiga, uma coroa de plantas era uma espécie de “voto de saúde”. Colocando-a na porta de casa, significava que os moradores desta desejavam saúde para todos os habitantes.


 
Na Idade Média costumava ser exposta nas portas das casas (e castelos, e palácios...) durante o ano todo, pois eram uma expressão do brasão familiar, cada uma com suas características, mas quase sempre no mesmo formato. Além disso, tinham outro atributo – serviam como uma espécie de amuleto, de proteção contra a má-sorte, bruxas e demônios.

 

Atualmente, além de um objeto decorativo, ela carrega uma mensagem de paz, prosperidade, evolução e recomeço (final de um ano, começo do outro, formato circular, etc.). Elas hoje aparecem compostas pelos mais diferentes elementos, e eu estou esperando algum aplicativo ensinar a fazer sua guirlanda pelo celular, e imprimir numa impressora 3D. Será que é uma boa ideia?
 


Não mais apenas um entrelaçado de galhos secos com folhas e flores. Agora, as guirlandas se permitem o exotismo de serem compostas de frutas secas (como a mostrada acima), sementes, pedaços de canela – deve dar um cheiro ótimo! – ou seja: levando o tema de fartura ao pé da letra, as opções são infinitas.
 




Tenho um grupo de amigos queridos, que originou um grupo do Whatsapp denominado The Thurma (algum dia explico a origem deste nome...). Esta guirlanda seria a mais perfeita tradução natalina deste grupo, tamanha a capacidade etílica de seus participantes. Com o que bebemos de bons vinhos nos últimos anos (e ainda vamos beber – cheers!), dá para fazer muitas, inúmeras guirlandas como a acima.
 




Barrocas, cheias de frutas, folhas, fitas, bolas e enfeites, ou minimalistas – como estas, um ajuntamento perfeito de galhos, no máximo umas luzinhas, mais nada – o significado é claro : nesta casa comemora-se uma data de comunhão, de amor ao próximo, de desejo de fartura emocional.



Deixei para último a minha guirlanda favorita, nas pesquisas que fiz. Quem a fez pode não ter tido este objetivo, mas para mim ela traduz um sentimento de diversidade, de aceitação e coletividade das diferenças, muito poético – bolinhas lisas, pintadas, manchadas, de todas as cores, imperfeitas... mas cujo resultado me tocou. Além de ser fofinha, claro...

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